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Governo francês falha tentativa de negociação com “coletes amarelos”

O Governo francês falhou hoje uma tentativa de negociar com o movimento popular dos “coletes amarelos”, na véspera de mais um fim de semana de protesto contra as tarifas de combustíveis.

A reunião do primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, com uma delegação de “coletes amarelos” resultou num fiasco, depois de apenas terem aparecido dois elementos daquele movimento popular, um dos quais saiu logo no início do encontro.

A tentativa surgiu numa altura em que várias forças políticas apelam a que o Governo francês dê um sinal de aproximação aos “coletes amarelos”.

“Eu queria e repetidamente pedi para que esta conversa fosse filmada e transmitida em direto pelas televisões, mas isso foi recusado”, explicou hoje Jason Herbert, um dos oito representantes do movimento nomeados para o encontro, para justificar o falhanço da tentativa.

“Hoje, somos apenas dois, estamos debaixo de enorme pressão. E estou a falar de ameaças de agressão, verbal ou física. As nossas vidas estão em jogo”, disse Herbert, um dos líderes do movimento em Charente, que se deslocou para a reunião com o governo francês, em Paris.

Herbert esclareceu que as pressões que tem sentido partem de outros “coletes amarelos” com atitudes radicais.

François de Rugy, o outro representante do movimento recebido por Édouard Philippe, entrou pela porta traseira do edifício governamental, sem passar pela Imprensa.

O movimento de “coletes amarelos” nasceu espontaneamente num sinal de protesto contra a taxação de combustíveis em França.

As ações de contestação estão a causar grande embaraço ao Governo francês, tendo corrido mundo as imagens de confrontos entre manifestantes vestindo coletes amarelos e a polícia, no passado sábado, na emblemática avenida dos Campos Elíseos, em Paris.

Este sábado, o perímetro da avenida ficará sob alta vigilância, aguardando-se novas manifestações, que serão controladas por um forte dispositivo policial.

Hoje, manifestantes em coletes amarelos desfilaram em Bruxelas, na Bélgica, sendo a primeira vez que o movimento sai de fronteiras.

Durante a manifestação em Bruxelas, dois veículos policiais foram queimados, nos confrontos em que a polícia recorreu a canhões de água para dispersar a multidão.

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