Paulo Portas afirmou que o Governo “entrou em pânico” com a escalada de novos casos de covid-19 e exigiu saber “quem é que não avisou o primeiro-ministro” de que Portugal estava prestes a superar os 2000 novos casos por dia.
No comentário semanal para a TVI, o antigo vice-primeiro-ministro salientou que, num curto período de tempo, Portugal passou de um rácio de 1,2 óbitos por 100 mil habitantes “para 1,6”.
“O Governo mostra impreparação. Fiquei com a sensação que o Governo entrou em pânico”, sustentou o ex-presidente do CDS, ao lado do gráfico que indicava Portugal como o nono país europeu com mais mortes por covid-19 por 100 mil habitantes.
Ao lado, um outro gráfico referia que Portugal está acima da média europeia na taxa de contágios.
“Quem é que não avisou o primeiro-ministro de que estávamos na iminência de chegar aos 2000 casos por dia? Ou foi a DGS que não avisou a ministra ou foi a ministra que não avisou o primeiro-ministro”, considerou Paulo Portas.
Face ao agravamento da situação epidemiológica, o ex-governante defendeu que é fundamental que os setores privado e social reforçem a “capacidade de resposta” do Serviço Nacional de Saúde.
“Estamos a pagar um preço ideológico, não faz sentido quando é um problema de saúde pública. Não é uma questão de esquerda ou de direita, é de resposta. Temos que subir a capacidade de resposta”, insistiu.
Com a pandemia a agravar-se, o cenário do confinamento volta a estar em cima da mesa. No entanto, o comentador preferiu destacar o exemplo da França.
“A solução francesa do recolher obrigatório é preferível ao confinamento completo, pelo menos tenta eliminar o problema da desobediência e do pouco sentido de responsabilidade”, explicou.
No entanto, “isto implica que o primeiro-ministro se convença de uma vez por todas” que as regras têm de ficar bem definidas, aludindo às freguesias de Lisboa que foram colocadas em situação de calamidade “e podia-se ir fazer compras ou ir ao restaurante”.
Paulo Portas abordou também a situação da aplicação Stayaway Covid, lembrando os acordos feitos com as tecnológicas que distribuem a app nas lojas virtuais.
“Está no contrato, se mudam o caráter voluntário a app desaparece”, frisou.
No comentário, o ex-governante apontou ainda o dedo a quem tudo tenta para não ter de cumprir as regras sanitárias.
“As pessoas andam à procura do lapso na lei para não a cumprir. Comparem a disciplina da Ásia democrática com o estado de rebelião permanente em que o Ocidente está sobre tudo e sobre nada”, apontou.
“Usem a máscara! É uma das armas que temos na mão, não é muito inovadora, mas protege”, concluiu Paulo Portas.
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