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Governo do Brasil quer substituir médicos cubanos que deixem o país por brasileiros

O Ministério da Saúde do Brasil informou hoje que ainda em novembro vai selecionar médicos brasileiros para ocuparem as vagas que serão deixadas pelos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, que vão deixar o país.

Em comunicado distribuído à imprensa, aquele ministério informou que realiza nesta sexta-feira uma reunião com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a definição da saída dos médicos cubanos e a entrada dos profissionais brasileiros, que serão selecionados por concurso.

Na última quarta-feira, o Governo cubano anunciou que deixaria de fornecer médicos ao Brasil, devido às declarações “ameaçadoras e pejorativas” do Presidente eleito Jair Bolsonaro, que prometeu modificações “inaceitáveis” neste projeto governamental.

O Governo cubano iniciará a retirada dos médicos que atuam no Brasil em 25 de novembro. Até ao final do ano todos os médicos cubanos devem regressar ao país de origem.

Já o próximo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reagiu ao anúncio cubano dizendo que o fim da parceria foi uma decisão unilateral.

“Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, escreveu Bolsonaro na rede social Twitter logo após o anuncio do Governo de Cuba.

“Atualmente, Cuba fica com a maior parte do salário dos médicos cubanos e restringe a liberdade desses profissionais e de seus familiares. Eles estão se retirando do Mais Médicos por não aceitarem rever esta situação absurda que viola direitos humanos. Lamentável”, acrescentou.

Vivem e trabalham no Brasil mais de 8.500 profissionais cubanos que começaram a chegar em 2013, com o lançamento do programa Mais Médicos, criado principalmente para atender população pobre e que vive em regiões isoladas do país.

Segundo informações divulgadas pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), a saída dos médicos cubanos do Brasil irá deixar cerca de 28 milhões de pessoas desassistidas de atendimento médico.

Isto acontecerá porque os médicos cubanos representam mais da metade dos 16 mil profissionais de saúde do programa Mais Médicos.

Dos 5.570 municípios do Brasil, 3.228 (79,5 por cento) só têm médico pelo programa e 90 por cento dos atendimentos da população indígena são feitos por profissionais de Cuba.

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