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Governo diz que nova política comercial dos EUA viola OMC

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que o Governo português e a União Europeia lamentavam “profundamente” a decisão da administração Trump acerca da nova política comercial norte-americana referindo que violava as regras Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Nós lamentamos profundamente. Nós Portugal, nós União Europeia, lamentamos profundamente essa decisão dos Estados Unidos da América (EUA), que em primeiro lugar viola, do nosso ponto de vista, grosseiramente as regras da Organização Mundial do Comércio”, disse Augusto Santos Silva, à margem da Conferência “A Falar nos entendemos: A Língua como ativo estratégico”, que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, no âmbito do 130.º aniversário do Jornal de Notícias.

O ministro Augusto Santos Silva criticou a tomada de “decisão unilateral” dos EUA, referindo que tal decisão significava o regresso a “uma lógica de protecionismo comercial” que é contrária ao “pleno aproveitamento da vantagem do comércio para o desenvolvimento de todos”.

Augusto Santos Silva acrescentou ainda que a decisão tomada pela administração norte-americana é tomada em nome da “segurança nacional norte-americana” e que esse “elemento adicional” é também lamentável, porque, recordou, os “europeus são aliados dos norte-americanos, designadamente na área chave da segurança”.

O Presidente da República também já havia criticado esta quinta-feira a nova política comercial norte-americana, referindo que a imposição de regras era só “para alguns e de vez em quando”, e que se devia “pensar duas vezes” em tomar “medidas unilaterais que atingem o aliado”.

“Quando há regras que valem para todos e sempre, não é para valerem só para alguns e de vez em quando, senão não é possível haver regras no comércio internacional”, afirmou quando foi questionado sobre a decisão dos EUA de suspender a isenção dos direitos de importação de aço e alumínio da União Europeia, do Canadá e do México.

Para o chefe de Estado, “quando alguém é aliado de alguém deve pensar duas vezes quando toma medidas unilaterais que atingem o aliado”, porque, “mesmo quando se é muito forte, há de aparecer um dia na vida em que se precisa desse aliado”.

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