“Governo colocou a TAP numa situação que nem é carne nem é peixe”
Rui Rio defendeu que a TAP não precisa de ser nacionalizada, mas apenas que seja definido quem é que efetivamente manda na empresa.
“Aguardo explicações do Governo, mas não vejo necessidade de fazer uma nacionalização, um diploma que passa a TAP para a esfera pública. Vejo a necessidade de aumento de capital em que se os privados não acompanharem, o Estado fica automaticamente com a maioria do capital. Isso não é uma nacionalização. É um aumento de capital que os privados não querem acompanhar”, sustentou o presidente do PSD.
Toda a polémica que tem envolvido a companhia aérea tem apenas um culpado, no entender do dirigente social-democrata: o Governo socialista.
“Este Governo fez mal quando reverteu a privatização. Colocou a TAP numa situação que nem é carne nem é peixe. O Estado tem 50 por cento e os privados também, mas quem manda são os privados e Estado não consegue dizer nada, nem tão pouco as rotas”, comentou.
Na verdade, os privados detêm 45 por cento, uma vez que os trabalhadores detêm uma quota de cinco por cento.
“Só vale a pena investir na TAP” se houver “planos de negócios e de reestruturação credíveis”, insistiu Rui Rio.
“Caso a TAP não seja viável, não é aconselhável estar a meter dinheiro quando se sabe que não vai chegar e para o ano vai ser mais e depois mais e depois mais. [A TAP] não atingiu ainda o patamar do Novo Banco, mas a pergunta que faço é: nós queremos um Novo Banco e andar daqui por uns anos com situações parecidas?”, sustentou.
Com a anuência do executivo de António Costa, “os privados transformaram a TAP numa empresa regional que só serve Lisboa”, concluiu Rui Rio.