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Governo angolano admite que resposta ao mau tempo tem sido negativa

O Governo angolano admitiu hoje que a resposta aos fenómenos atmosféricos relacionados com as fortes chuvas e consequentes inundações em Angola “não se tem revelado oportuna e suficiente”.

Ao abrir, em Luanda, a Reunião da Comissão de Secretários de Estado e Representantes da Sociedade Civil Angolana, no âmbito do Quadro de Recuperação Pós-Seca 2018/2022 e à Época das Chuvas ainda em curso, Salvador Rodrigues lamentou a desadequada “prestação de serviços básicos e de socorro, por falta de meios essenciais, incluindo muitas vezes a exiguidade de verbas”.

“Embora tenhamos um plano nacional de preparação, contingência, resposta e recuperação de calamidades e desastres, a nossa intervenção no terreno não se tem revelado oportuna e suficiente”, sublinhou o secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico de Angola.

O balanço provisório oficial da época das chuvas em Angola, no período entre 15 de agosto de 2018 e 02 deste mês, dá conta da morte de 209 pessoas – 100 por descargas elétricas, 101 por afogamento e oito por soterramento após o deslize de terras, causando prejuízos de quase 3.000 milhões de kwanzas (8,3 milhões de euros).

Segundo um relatório da Comissão, as chuvas provocaram ainda 350 feridos e afetado 23.784 famílias, correspondentes a 114.463 pessoas, destruíram também 3.829 residências, danificaram outras 6.038 e inundaram 13.897, bem como 85 igrejas (inundou 16), 98 escolas (34) e nove centros médicos (um danificado).

Segundo o relatório, as chuvas e as inundações provocaram também a morte de 137 cabeças de gado, a destruição de 7.553 hectares de lavras, de quatro pontes rodoviárias e de cinco postes de iluminação pública e a queda de 224 de árvores.

Hoje, Salvador Rodrigues lembrou que o relatório abarca dados apenas até 02 deste mês, pelo que não está incluída informação sobre as fortes chuvas que caíram ao longo da semana, e que causou mais vítimas mortais, com destaque para as províncias de Benguela, Luanda, Huíla, Bié, Cabinda e Uíge.

“Neste contexto, tendo em conta a degradante situação social em que se encontram as populações afetadas, e não existindo stock suficiente de meios e bens para atenuar o sofrimento, é urgente e necessário que a Proteção Civil se preocupe e se debruce sobre o assunto”, avisou Salvador Rodrigues.

Para o governante angolano, o Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) tem de encontrar forma de mobilizar atempadamente meios para socorrer as vítimas, “recorrendo à prestimosa atenção do Ministério das Finanças na disponibilização de recursos paria a implementação de ações imediatas de resposta humanitária e reposição das condições básicas de vida daquelas populações”, concluiu.

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