No discurso de encerramento do 37.º congresso do PSD, que consagra Rui Rio como líder social-democrata, o novo presidente do PSD reforçou que “governar para as pessoas não é apenas distribuir simpatias e conceder-lhes cada vez mais direitos”. O atual Governo foi também alvo de críticas por parte de Rio, que o acusou de não ter condições “para levar a cabo políticas públicas capazes de induzir o crescimento económico”.
Após as saudações iniciais, com uma mensagem ‘especial’ para Assunção Cristas, Rui Rio direcionou o seu discurso para o poder “decisivo” que o “diálogo em partidos” assume para o futuro do país.
“Como tenho vindo a dizer, e tive oportunidade de o referir expressamente na abertura deste congresso, tenho como muito relevante, senão mesmo como decisivo para o futuro de Portugal, o diálogo entre partidos”, sublinhou.
As conversas interpartidárias continuaram no foco do novo líder social-democrata que frisou a necessidade de “evidenciar e explicar” as diferenças, mas que estas podem “prejudicar o interesse nacional” se forem levadas “para lá da realidade”.
“Não é preciso inventar diferenças. As que existem já são suficientemente marcantes para todos nos distinguirmos”, reforçou.
A classe média mereceu também uma palavra especial por parte de Rio, que “a par da luta contra a pobreza” será um “foco” da sua ação política, prometendo uma “aposta” para “assegurar a qualidade e o nível de vida desses portugueses”.
O novo líder do PSD desafiou ainda o Governo e os parceiros sociais para a reforma da Segurança Social, sublinhando a necessidade de se ter um “olhar atento” sobre a “sustentabilidade futura” desta.
“No espaço de uma geração teremos para cada idoso apenas um trabalhar e meio no ativo, e teremos três idosos para cada jovem”, afirmou. “É imprescindível pensar globalmente o sistema”.
Neste sentido, Rio propõe uma “reforma que confira justiça, racionalidade económica e sustentabilidade à nossa Segurança Social”. “É este o desafio que o PSD faz ao Governo, aos demais partidos e aos parceiros sociais”.
As mudanças do atual Governo no setor da Educação foram também alvo de duras críticas por parte de Rio.
“Alteram-se regras com o ano letivo a decorrer. Legisla-se em julho e agosto para aplicar em setembro. Acaba-se com os exames no final do ciclo, substituindo-os por provas cujos resultados para nada servem. Fazem-se alterações no curriculum escolar à medida de interesses corporativos sem legitimidade democrática e sem qualquer processo de reflexão ou discussão alargada”, referiu.
O novo presidente do PSD sublinhou ainda que o atual Governo “não tem condições para levar a cabo políticas públicas capazes de induzir o crescimento económico”, frisando que o “fraco crescimento económico que Portugal tem conseguido” não advém de “qualquer semente que, para o efeito, tenha sido lançado por esta solução governativa do PS”.
“Temos de chegar à metade mais rica da União Europeia”, assumiu.
A linha crítica de Rio continuou na mesma toada, agora incidindo sobre as funções de soberania do Estado, onde a “Defesa Nacional, a Segurança e a Justiça” têm vindo a “acumular deficiências, por força de um Estado que não tem estado à altura das necessidades do país”.
Por fim, o novo líder social-democrata sublinhou o desejo de vencer as próximas eleições.
“Queremos ganhar as próximas eleições e liderar um Governo capaz de substituir uma solução governativa ancorada em contradições estruturalmente insuperáveis”, reforçou.
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