Categorias: Economia

Governador do BdP: “Não esperem por condições externas se as internas não tiverem sido criadas”

Exigindo “sentido de responsabilidade” aos atores políticos, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, alertou para a necessidade de “um acordo para que a despesa pública nominal se mantenha constante” depois de terminado o programa da troika.

A crise política em Portugal pode ter consequências na economia após a saída da troika, pelo que o governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, exigiu “responsabilidade política”  na procura de um “consenso”, até porque este não significa “unanimidade”.

“Temos possibilidade de ter uma trajectória de sustentabilidade, assim o queiramos e assim consigamos construir um consenso em torno desta trajectória”, adiantou Carlos Costa, exigindo “responsabilidade política” para não comprometer o apoio externo: “não esperem por condições externas se as internas não tiverem sido criadas”.

“As condições externas não podem chegar antes que tenhamos criado três grandes consensos: uma coesão social, um consenso entre parceiros sociais e um consenso alargado entre agentes políticos”, explicou o governador do BdP, à saída de um encontro de economistas com o Presidente da República, Cavaco Silva.

Só com esses “três grandes consensos” será possível dar início à retoma, a qual tem de ser aplicada na redução do défice e da tributação, ao invés do que aconteceu “no passado”, argumentou ainda. “Era preciso então chegarmos a um acordo para que a despesa pública nominal se mantenha constante”, reforçou, dado que Portugal vai chegar “ao momento de transição com alguns indicadores no vermelho e outros no amarelo”, dando os exemplos do endividamento externo e do desemprego.

Depois de um programa de ajustamento “agressivo” e executado “de forma rigorosa”, Portugal terá de voltar a financiar-se nos mercados, o que só conseguirá se mantiver o défice sob controlo e recuperar a credibilidade externa. Só que esse mesmo programa está a ser encarado como um falhanço na sociedade porque os objetivos delineados não foram atingidos, admitiu Carlos Costa: “temos que perceber que falhámos as metas porque os pressupostos nomeadamente externos se alteraram por força da recessão internacional”.

“Os programas não podem ser repensados no futuro em termos de rácio do PIB, mas estabelecidos em termos de objectivos de despesa nominal, porque estes são controláveis e responsabilizáveis”, explicou o economista, numa intervenção que tinha como um dos destinatários Marco Buti, diretor geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, que também esteve em Belém.

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