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Geringonça é “irrepetível”, avisa Joana Mortágua

O Bloco de Esquerda não está disponível para integrar uma nova maioria parlamentar de esquerda, avisa Joana Mortágua. Os “constrangimentos” que permitiram a gerigonça são “irrepetíveis”.

Numa longa entrevista ao Notícias ao Minuto, a dirigente bloquista lembrou que o inédito acordo tripartido à esquerda – que assumiu com orgulho o nome de geringonça, como a direita batizou ironicamente – só foi possível devido a um “momento histórico”.

“As condições que amarram o país a constrangimentos financeiros e orçamentais muito grandes e que não nos permitem dar o salto que queremos dar são as grandes limitações deste acordo e é por isso que ele é tão único e irrepetível”, argumentou Joana Mortágua.

Embora o balanço seja “positivo”, o BE mantém discordâncias com o PS que reforçam esse caráter “irrepetível” de um acordo que inclui ainda a CDU (PCP e PEV).

“Os direitos laborais são, por exemplo, uma matéria em que não conseguimos chegar a acordo com o Governo”, destacou Joana Mortágua: “Portanto, o acordo é um acordo de um tempo específico”.

“Se dissermos que este acordo teve como principal função afastar a direita, isso não significa pouco”, insistiu a dirigente bloquista: “O caminho que a direita levava no País ia conduzir a uma destruição de direitos sociais, de privatizações e de contínua precarização das condições de vida em Portugal que poderiam ter efeitos ainda mais irreversíveis e ainda mais difíceis de compensar do que aqueles que tivemos agora”.

“Travar o empobrecimento quando o empobrecimento vinha lançado numa vaga tão forte não é coisa pouca. Além disso, conseguimos fazer algumas alterações que nos permitem garantir que para o futuro há coisas que ficam melhor e que, eventualmente, não voltam atrás”, concluiu Joana Mortágua.

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