Quinze de outubro não será apenas dia de protesto. Será o dia em que grupos portugueses e espanhóis endurecem o discurso, nas suas reivindicações. ‘Geração à Rasca’ (M12M – Movimento 12 de Março) e os espanhóis ‘Democracia Real, Já’ prometem abrir uma nova frente de luta, com manifestações, acampamentos e vigílias.
A pesquisa por mais informação sobre esta nova manifestação da Geração à Rasca começou na página no Facebook criada para o efeito, que anuncia o evento de 15 de outubro. A partir daqui, entramos num labirinto de espaços que inunda as redes sociais e que trespassa as fronteiras.
Do lado de cá, protesta-se contra as medidas de austeridade adicionais, numa classe média e baixa já sem margem de manobra para esforços adicionais. As suspensões de apoios sociais e a ausência de oportunidades de trabalho indignam a chamada ‘Geração à Rasca’, que em março levou às ruas três centenas de milhar de pessoas em todo o país.
A força dessa revolta foi de tal forma grande que este grupo ganhou um novo nome: Movimento 12 de Março. Mas outubro promete engrandecer o movimento e superar a dimensão de qualquer protesto. Desta vez, a manifestação será internacional e promete juntar mais grupos de diferentes países.
Em Portugal, a ‘Democracia sai à rua!’ a 15 de outubro, a partir das 15h00, com concentração no Marquês de Pombal, para uma manifestação, e uma assembleia popular à porta do Parlamento, às 19h00. Durante a noite, decorre uma vigília.
Como subscritores deste evento, ‘Democracia Verdadeira Já’, Acampada Lisboa, Indignados Lisboa, ‘Democracia Verdadeira Já Santarém’ e ‘M12M – Movimento 12 de Março’, que estão “em contacto com muitos outros grupos”, para fortalecer a jornada. Em Espanha, protesta-se no mesmo dia contra situações semelhantes.
“Não somos mercadoria nas mãos dos políticos e dos banqueiros. Culpamos os poderes políticos e económicos da nossa situação precária e exigimos uma mudança de rumo. Juntos, conseguiremos”, escrevem os responsáveis pelo grupo ‘Democracia Real, Já’, no anúncio do evento de 15 de outubro.
Numa altura em que o mundo vive fenómenos de agitação social (ainda que os casos registados em Inglaterra tenham um padrão diferente, sem qualquer motivação ou organização de protesto), e num momento em que o Governo português apela à paz social, as gerações mais jovens gritam “basta”.
