Os cientistas suíços hoje galardoados com o Nobel da Física usaram em 1995 técnicas que já tinham décadas para observar planetas fora do sistema solar e inspiraram instrumentos com cada vez maior precisão para descobrir novos mundos.
Alexandre Cabral, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço da Universidade de Lisboa, afirmou que os espectrógrafos, que medem variações na luz emitida pelas estrelas, conseguem hoje detetar elementos na atmosfera de planetas longínquos e a procura já não é só por planetas com atmosferas semelhantes à da Terra.
Os galardoados hoje com o Nobel da Física “impulsionaram a utilização desta técnica e forçaram o desenvolvimento de outro tipo de instrumentos com mais sensibilidade”, disse à agência Lusa.
Os suíços Michel Mayor e Didier Queloz receberam hoje o prémio Nobel da Física pela descoberta do primeiro grande exoplaneta em órbita de uma estrela como o Sol, galardão que partilham com James Peebles, premiado pelas teorias que hoje são o eixo para reconstruir a história do Universo.
No Instituto de Astrofísica, Alexandre Cabral e outros cientistas portugueses, como Nuno Santos, que se doutorou com Michel Mayor, trabalha no desenvolvimento de instrumentos que são hoje pensados em função daquilo que se espera descobrir.
“São instrumentos normalmente construídos por consórcios”, indicou, referindo que o último espectrógrafo em que o Instituto participou, num consórcio em que também entraram Suíça, Itália e Espanha, começou a funcionar o ano passado.
O espectrógrafo decompõe a luz nos seus comprimentos de onda e é capaz de, apontado a uma estrela, detetar variações na sua velocidade que se traduzem em “pequenas oscilações” na frequência da luz emitida.
Esse efeito é mensurável num espectrógrafo, que Queloz e Mayor usaram “com persistência” até conseguirem “um sinal compatível com um planeta grande”, que conseguiram observar indiretamente na galáxia de Pégaso, situada a cerca de 50 anos luz da Terra.
Chamaram-lhe 51 Pegasi B, por orbitar em torno da estrela 51 Pegasi, e “não foram precisas muitas observações” porque o planeta demora quatro dias terrestres a completar uma órbita em torno da estrela.
A partir desse momento, a comunidade científica percebeu que precisava de “instrumentos com precisão maior” como aquele que o Instituto de Astrofísica ajudou a construir, que é capaz de detetar variações na velocidade das estrelas “de 10 centímetros por segundo”, que é o impacto que a Terra tem no Sol.
Este tipo de observação é complementado e confirmado por outras técnicas, como a dos trânsitos, em que se consegue chegar ao diâmetro e massa dos corpos celestes pela variação que provocam na luz das estrelas quando a sua órbita as coloca entre a estrela e a Terra.
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