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Gaia corta tolerância de ponto no Carnaval por “lealdade” a Passos e ao partido

luis_filipe_menezesGaia não concede tolerância de ponto no Carnaval, ao contrário da Câmara Municipal do Porto. A decisão é justificada pelo presidente gaiense, Luís Filipe Menezes: “Lealdade ao primeiro-ministro” e em virtude de “uma intenção do partido”. Desta forma, Menezes demarca-se do seu homólogo da Invicta. Rio não ‘cumpre’ a determinação de Passos Coelho.

A Câmara Municipal de Gaia não concede tolerância de ponto aos trabalhadores no dia de Carnaval, por “lealdade e solidariedade” ao primeiro-ministro, segundo justifica Luís Filipe Menezes.

“Estamos numa crise profunda ou não?”, questiona Menezes, para defender a teoria do primeiro-ministro e defender o corte de feriados. “Eu também gostaria que houvesse mais feriados…”, acrescentou o antigo líder social-democrata, que participava numa cerimónia em Vila Nova de Gaia, de delegação de competências às Juntas de Freguesia locais.

A tolerância de ponto no Carnaval, segundo o autarca, não faz sentido numa altura em que “o país atravessa uma das crises mais profundas da sua História”. Menezes vai além do “custe o que custar” do primeiro-ministro e defende um “sacrificar tudo”, em nome da recuperação. E “tudo” é comente “uma ponte no Carnaval”, que “nem sequer é feriado”.

E ponte é palavra de ordem neste artigo. Do outro lado da ponte, Rui Rio não foi leal a Passos Coelho (usando a expressão de Menezes) e decidiu dar tolerância no Carnaval. O presidente da Câmara de Gaia não comenta este caso em particular, mas…

“Fico espantado com os arautos da austeridade, que em determinadas situações ficam menos austeros e rigorosos”, afirmou Luís Filipe Menezes, compreendendo, no entanto, que “os funcionários públicos estão a ser muito sacrificados”.

“Estou solidário com o primeiro-ministro. E mesmo que não concordasse com a decisão, não cometeria a deslealdade de não seguir uma intenção do partido. Eu não poderia tomar outra atitude”, afirmou o líder do município de Vila Nova de Gaia, que acumula o cargo de conselheiro de Estado.

As máscaras caem em Gaia, mas persistem no Porto, numa ponte que só é passagem para um dos lados do Douro. A tolerância de Rio não encontra eco em Menezes. E assim o Carnaval festeja-se de forma diferente.

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