Fuzilado pode ter sido vítima de sentença injusta, admite tribunal chinês

Um homem foi condenado à morte e fuzilado em 1995, mas poderia estar inocente. Um tribunal chinês admitiu que vai reabrir o caso dias após a justiça chinesa ter inocentado um adolescente que, em 1996, foi executado por um crime confessado em 2005 por outra pessoa.

Nie Shubin está inocente, continua a insistir a mãe deste jovem fuzilado em 1995, depois de um tribunal, na China, o ter considerado culpado dos crimes de violação e assassínio.

As alegações da mãe de Shubin, que tinha 20 anos quando foi executado pelo pelotão de fuzilamento, têm ganho força desde 2005, ano em que foi detido um homem que tem confessado a autoria de vários crimes de violação e assassínio.

A teimosia da mãe, as confissões do autoproclamado ‘serial killer’ e a pressão da opinião pública contra as injustiças da justiça chinesa levaram um tribunal de Jinan, a clapital da província de Shandong, a reabrir o caso de Nie Shubin.

A primeira audiência foi realizada hoje e incluiu uma testemunha da defesa: a mãe do jovem executado.

A reabertura do caso ocorre poucos dias após um tribunal da região chinesa da Mongólia Interior ter inocentado um jovem que foi executado em 1996 (um ano após Shubin) por ter sido considerado culpado dos mesmos crimes.

Os crimes que levaram à pena de morte de Hugjiltu, executado aos 18 anos, foram confessados pelo mesmo homem que admitiu ter cometido os atos imputados a Nie Shubin.

As agências internacionais argumentam que o Partido Comunista da China, que controla todo os órgãos do Estado, tem dado orientações aos tribunais para conferirem a legalidade das sentenças e corrigirem eventuais erros cometidos no passado.

Em causa está um aumento dos casos públicos em que as autoridades abusaram do poder, em especial nas confissões forçadas pela brutalidade policial.