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Futura ‘cidade do gás’ no Norte de Moçambique vai custar pelo menos 1500 milhões

A cidade que vai ser construída junto aos megaprojetos de gás natural no Norte de Moçambique vai custar pelo menos 1.500 milhões de euros e vai albergar 150 mil habitantes, indicou hoje a entidade responsável pelo projeto.

Os 150 mil habitantes que se prevê venham a residir na cidade incluem os 15 mil que vivem atualmente na zona, a península de Afungi, província de Cabo Delgado, afirmou Lorenzo Monti, representante da empresa italiana Renco Energy e diretor do projeto da futura ‘cidade do gás’, como é conhecida.

O plano diretor da cidade foi hoje apresentado na 6.ª Cimeira do Gás de Moçambique, encontro empresarial que decorre em Maputo, encomendado pela Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), parceiro estatal nos megaprojetos.

O plano compreende 1.200 hectares (ha) para áreas residenciais, 3.800 ha para área industrial, 2.300 ha para agricultura, 8.000 ha para áreas verdes e 214 ha destinados a infraestruturas turísticas.

A cidade vai nascer junto às unidades de liquefação de gás natural, motor do desenvolvimento de toda a zona com base em investimentos da ordem dos 50 mil milhões de dólares (45,4 mil milhões de euros) de consórcios liderados pelas petrolíferas Total, Exxon Mobil e Eni – que deverão colocar Moçambique entre os principais produtores de gás natural liquefeito do mundo.

A construção deverá arrancar antes do início da extração e liquefação de gás, em 2025, e avançar gradualmente até 2050, referiu Lorenzo Monti.

A urbe contará com 50 a 60 quilómetros de rede de distribuição de eletricidade e 300 a 400 quilómetros de condutas de distribuição de água potável, incluindo uma central de purificação e bombagem.

A infraestrutura de água terá capacidade para o abastecimento de 25 a 30 mil metros cúbicos, por dia.

Está também projetada a construção de uma rede de recolha de águas residuais e uma plataforma de separação, reciclagem e recuperação de resíduos sólidos.

Vários edifícios públicos completam o projeto, para albergar serviços de saúde, educação, segurança e outros, além de dezenas de quilómetros de rede viária.

A zona industrial será dividida em quatro áreas: uma para o funcionamento de uma central elétrica, outra para fábrica de petroquímicos, que vai produzir combustível, uma para fertilizantes e uma para armazéns destinados aos fornecedores.

O Plano Diretor da Cidade do Gás prevê igualmente uma área turística com 214 ha, com capacidade para um máximo de 15 unidades hoteleiras e 500 metros quadrados para apartamentos.

“O Plano Diretor da Cidade do Gás orienta-se por cinco valores: desenvolvimento económico e social, atração de investidores nacionais e internacionais, respeito pelo meio ambiente, natureza e comunidades, desenvolvimento de infraestruturas, indústrias e atividades terciárias, bem como o estabelecimento de um modelo de desenvolvimento sustentável”, disse o diretor do projeto.

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