O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) ultrapassou pela primeira vez em março o valor de 18 mil milhões de euros, tendo aumentado 3,3 mil milhões de euros em três anos, segundo o Ministério do Trabalho.
Aqueles 18 mil milhões de euros, que correspondem a 8,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) português, incorporam as transferências dos excedentes da Segurança Social para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) que em 2018 ascenderam a 1.500 milhões de euros.
À agência Lusa, fonte oficial do Ministério do Trabalho e da Segurança Social precisou que as transferências para o FEFSS realizadas desde 2016 “representam 22 por cento do total das transferências nestes 30 anos”, o que “espelha o compromisso do Governo com o reforço da sustentabilidade da Segurança Social”.
Para o reforço observado nestes últimos três anos contribuíram de forma decisiva vários fatores, nomeadamente a decisão de alocar ao Fundo os excedentes do orçamento da Segurança Social, que totalizaram 1.937 milhões de euros neste período, a realização de investimentos de 41 milhões de euros ou a criação de fontes alternativas de financiamento, adianta.
Entre estas fontes alternativas de financiamento estão o Adicional ao Imposto Municipal sobre os Imóveis, criado em 2017 e que incide sobre os imóveis das empresas não afetos à sua atividade e sobre os imóveis de particulares quando o seu valor ultrapassa os 600 mil euros, e uma parcela da receita do IRC. A consignação destas receitas permitiu canalizar para o FEFSS 170 milhões de euros.
Outros dos fatores que contribuiu para o reforço daquele Fundo foi a valorização de ativos que, de acordo com a mesma fonte oficial, rondou os 1.167 milhões de euros nestes três anos.
Entre o final de 2015 e o final de 2018, o valor do FEFSS aumentou cerca de 3.300 milhões de euros.
Perante esta evolução, no Orçamento do Estado para 2019 o Relatório da Sustentabilidade da Segurança Social adiou em mais 19 anos o horizonte de eventual aplicação do FEFSS face ao horizonte que se previa no Orçamento do Estado para 2015.
A recuperação do mercado de trabalho, com a diminuição do desemprego, o aumento do emprego e a valorização dos salários tiveram, por seu lado, um impacto positivo no crescimento das contribuições e quotizações para Segurança Social.
Em janeiro deste ano, as contribuições e quotizações aumentaram 229 milhões de euros face ao mesmo mês de 2018, correspondentes a uma variação homóloga de 8,3 por cento, sendo este o aumento em termos anuais mais elevado desde 2001.
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