Economia

Fundo chinês procura investimentos em São Tomé e Príncipe

A secretária-geral do Fórum de Macau afirmou hoje que o fundo chinês para investimentos lusófonos está à procura de projetos em São Tomé e Príncipe, um país que restabeleceu laços com Pequim em 2017, após romper relações com Taiwan.

Em entrevista à Agência Lusa, Xu Yingzhen disse que representantes do fundo chinês para investimentos lusófonos vão marcar presença no primeiro encontro empresarial em São Tomé e Príncipe, a 08 e 09 de julho.

“O fundo vai enviar uma delegação para participar no encontro em São Tomé, para estabelecer mais contactos com empresários e recolher mais informações sobre os projetos, com o objetivo de acelerar investimentos”, disse Xu Yingzhen, em entrevista à Lusa.

Sem adiantar muitos detalhes sobre o 14.º Encontro Empresarial China-Países de Língua Portuguesa, o primeiro realizado naquele país africano, Yingzhen enalteceu “a importância” do evento.

“É um país que aderiu um bocadinho tarde ao Fórum de Macau, por isso a realização deste encontro empresarial chama muito à atenção. O secretariado permanente dá enorme atenção e importância a este encontro”, afirmou.

São Tomé e Príncipe foi o último país a aderir ao Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (conhecido como Fórum de Macau), meses depois de romper relações diplomáticas com Taiwan.

Participam no encontro delegações de empresários dos países lusófonos, instituições públicas de promoção de comércio e de investimento e ainda empresários de municípios e províncias do interior da China, adiantou Xu Yingzhen.

“Esperamos que, através deste encontro, as empresas do interior da China possam tirar proveito para encontrar mais oportunidades de colaboração” com os países de língua portuguesa, acrescentou.

Questionada sobre os projetos e o montante já injetado por este fundo de mil milhões de dólares (879 mil milhões de euros), gerido pelo Banco de Desenvolvimento Chinês (CDB, na sigla inglesa), a responsável disse “não ter muitos detalhes” já que o Fórum “não pode intervir na gestão”.

Segundo Xu Yingzhen, o fundo investiu até agora 120 milhões de dólares (105 milhões de euros) em cinco projetos: quatro em países lusófonos – que não especificou – e um em Macau.

“Sei que os funcionários de gestão deste fundo de investimento aproveitam os encontros com os empresários de Macau e do interior da China e as deslocações aos países da língua portuguesa para divulgarem os critérios desde fundo”, disse.

A sede do fundo chinês de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para o universo lusófono foi transferida em 2017 de Pequim para Macau para facilitar o contacto com potenciais interessados.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau.

Este Fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral, Xu Yingzhen, e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

A próxima conferência ministerial, prevista acontecer em 2019 – ano em que a região administrativa especial chinesa comemora os 20 anos da transferência de soberania e é palco de eleições para um novo chefe do Executivo – foi adiada e vai realizar-se apenas em 2020, “numa data ainda a definir”, disse a secretária-geral.

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