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Fronteira fechada aos refugiados torna-se rede de voleibol

voleibol no arame farpadoA Eslovénia fechou a fronteira com arame farpado, para travar a vaga de refugiados vindos da Croácia. A terra de ninguém foi aproveitada por eslovenos e croatas para jogos de voleibol, com o arame farpado a servir de rede. Atletas olímpicos e outros famosos já se juntaram às partidas.

Reza a história que, no Natal da I Guerra Mundial, os dois lados que se matavam saíram das trincheiras para jogar uma partida amigável de futebol. E, como disse George Santayana, quem esquece a história está condenado a repeti-la.

A Eslovénia fechou a fronteira para travar a marcha dos refugiados, mas abriu uma quadra de voleibol e a rede é o arame farpado que separa o país da Croácia.

A barreira começou a ser erguida no início deste mês. As populações dos dois lados começaram por estranhar, mas depois entranharam o muro de arame farpado nas suas vidas… desportivas.

Não se sabe bem como surgiu a iniciativa, mas populares eslovenos e croatas começaram a disputar amigáveis de voleibol, um dos principais desportos de ambos os países.

O caso tornou-se viral e em breve apareceram atletas olímpicos e personalidades de vários quadrantes para aproveitarem a inesperada rede de voleibol.

O Governo esloveno “nunca devia ter feito isto”, afirmou Giovanni Cernogoraz, atirador croata que conquistou o ouro nos Jogos de Londres 2012: “Especialmente em véspera duma época festiva, quando os turistas podem ver” o arame farpado a separar os países vizinhos.

A propósito, este não foi o primeiro uso que o povo encontrou para o arame farpado. Em plena época natalícia, não faltou quem tivesse pendurado decorações alusivas ao período festivo, mas com as cores da União Europeia.

Também não faltou quem protestasse doutra forma. Um manifestante conseguiu cortar um pedaço da rede antes de ser agarrado pela polícia esloveno: só não foi detido por outros manifestantes conseguiram puxá-lo para fora do ‘aperto’.

Segundo as autoridades eslovenas, a barreira é a única forma de controlar a vaga de refugiados: as estimativas apontam para que, dos mais de 500 mil migrantes que atravessaram a Croácia, pelo menos 315 mil tenha entrado na Eslovénia.

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