Desporto

Freitas Lobo e as televisões: “Acabem com os programas que exploram o lado negro do futebol”

Em entrevista à N-TV, Luís Freitas Lobo, comentador de futebol, apela à direção dos canais televisos para que se ponha fim aos “programas miméticos que se limitam a atacar” e a “mostrar o lado negro” do futebol.

Com experiência em imprensa, rádio e televisão, Luís Freitas Lobo mostra-se “cansado dos programas que só mostram o lado negro do futebol”.

Em entrevista à N-TV, o comentador lança um repto às televisões para que se ponha término a este tipo de programas que só exploram o que de negativo o desporto rei tem para mostrar.

Durante a transmissão do último encontro do Sporting, no Bessa, frente ao Boavista, Freitas Lobo deixou transparecer a sua ideologia quando comentou um lance de génio de Gelson Martins.

“O que eu disse na transmissão do Boavista-Sporting não foi nada previamente pensado. Aquilo é algo que eu sinto no dia-a-dia e que saiu naturalmente”, explica.

Cansado dos programas “miméticos que se limitam a atacar o futebol”, o comentador não esconde a sua indignação.

“Recuso-me a aceitar que os responsáveis editoriais das televisões só promovam o lado negro do futebol. O lado bonito da modalidade – as jogadas, os gestos técnicos, a preparação táctica dos treinadores, os adeptos – é muito superior ao lado negro, mas o que vemos, semana após semana, são programas miméticos que se limitam a atacar o futebol”, admite.

Para Luís Freitas Lobo, cada jogo de futebol “é uma metáfora da vida”, uma vez que, durante 90 minutos, “juntam-se a alegria, a tristeza, o medo, a ambição e a coragem”.

Os programas de comentário que enchem horários nas televisões voltaram a ser visados pelo profissional, que admite não perceber “como as televisões insistem em dar palco a essa gente que não percebe nada de futebol, contribuindo assim para a destruição da modalidade, porque ninguém atrai público para o futebol se ele estiver sempre denegrido”.

A crítica do comentador ganha novas formas quando comenta as audiências desses programas, reiterando que “as televisões aproveitam-se” da “falta de cultura das pessoas”, “apelando aos sentimentos mais primários”.

“Esse é o mesmo critério que faz com que as pessoas parem numa autoestrada para ver um acidente no sentido contrário. Há muita falta de cultura das pessoas. Não estou a falar de cultura desportiva, estou a falar de cultura mesmo”, considera.

No entender de Freitas Lobo, a grande responsabilidade da atual situação do futebol português passa pelas televisões, que devem “deixar de dar palco a essa gente e estabelecer protocolos com a Liga para se divulgar a modalidade de outra forma, como acontece em países como Espanha, Itália ou Inglaterra”.

Para o especialista, estamos a atingir o momento em que “as pessoas começam a revelar grande cansaço desta troca constante de acusações e dos expedientes utilizados para denegrir o futebol”.

Apesar da crítica, Luís Freitas Lobo considera que a sua “coragem é superior à esperança”, mas que, mesmo sendo “uma guerra perdida”, estará sempre “na primeira linha de combate a esse tipo de programas que só dizem mal do futebol”, sublinha.

 

 

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