Os casos de fraude no Sistema Nacional de Saúde (SNS), segundo o ministro Paulo Macedo, lesaram o Estado em mais de 130 milhões de euros. Há “novos casos em investigação e ainda não foram concluídos”, pelo que, segundo o ministro, “o valor será com certeza maior”.
Paulo Macedo, que esteve presente numa conferência em Cascais que abordou as estratégias para a Saúde, foi confrontado com um caso de fraude no SNS, descoberto pela Polícia Judiciária. Em causa, alegadas falsas receitas médicas, num esquema que envolve médicos e farmacêuticos. O Estado terá sido lesado em milhares de euros, segundo a PJ.
Mas o ministro da Saúde tem outros números, bem mais preocupantes, numa análise a todos os casos de fraude que estão a ser investigados e que foram reportados. “Nós transmitimos um valor de casos reportados superior a 130 milhões de euros”, assinala Paulo Macedo, assegurando que o número de casos “continua a crescer no que diz respeito ao seu reporte às autoridades”.
O Ministério Público tem em marcha diversos processos sob investigação, que ainda não foram concluídos, pelo que os prejuízos do Estado decorrentes de fraudes na Saúde serão bem maiores.
Uma dessas burlas foi divulgada na edição de hoje do Diário de Notícias: a PJ desmantelou uma rede que emitia falsas receitas. Os medicamentos eram comparticipados, mas regressavam ao mercado, em Portugal, ou para exportação. Há um caso de um fármaco que foi repetidamente prescrito pelos médicos em causa, sendo que as receitas atingiam um valor de 200 mil euros, só neste medicamento.
A investigação da Judiciária levou à detenção de sete pessoas, alegadamente envolvidas neste caso. São médicos, farmacêuticos, delegados de informação médica e um empresário na área da distribuição de medicamentos, que são suspeitos de uma burla que atinge milhares de euros.