Cultura

François Truffaut, google doodle recorda o cineasta rebelde

francois-truffautFrançois Truffaut, cineasta francês que nasceu a 6 de fevereiro de 1932, é recordado com um google doodle, no dia em que completaria 80 anos. Truffaut, o cineasta rebelde, morreu a 21 de outubro de 1984, vítima de um tumor cerebral. Deixou uma obra marcante e viveu sempre no fio da navalha. François Truffaut é considerado um dos fundadores do movimento cinematográfico chamado ‘Nouvelle Vague’. Hoje, merece uma homenagem da Google.

François Truffaut nasceu em Paris, no dia 6 de fevereiro de 1932 e transformou-se num dos grandes ícones da história do cinema do século XX, como realizador, produtor e ator. Ao longo da sua carreira de 25 anos de realizador, criou 26 filmes, numa obra que rendeu críticos e público.

No dia em que completaria 80 anos, François Truffaut – inspiradores de realizadores atuais, como Steven Spielberg, Quentin Tarantino ou Martin Scorsese – é recordado e homenageado com um google doodle.

A vida e obra de Truffaut

François Truffaut nasceu em 1932 e nunca conheceu o pai biológico. Foi criado com os avós, mas sofreu na pele a rigidez da educação do avô. Foi a avó que lhe suscitou um sentimento que lhe faltava: amor. E foi da avó que herdou a paixão pela arte – não pelo cinema, mas pela literatura.

Tinha apenas 7 anos quando assistiu ao primeiro filme (‘Paradis Perdu’, de Abel Gance). Desde então, Truffaut nunca mais se afastou do cinema, num amor à primeira vista que durou até à morte.

E morte foi palavra dura que teve de pronunciar, com a perda da sua avó, quando o pequeno François contava apenas 10 anos. Foi viver com a mãe e um padrasto, naquele que considerou ser o mais duro período da sua vida.

A ausência de amor suscitou em François Truffaut o espírito rebelde que marca a sua personalidade, para sempre. Foi mau aluno e entrou na delinquência, com pequenos roubos no seu registo. O primeiro trabalho cinematográfico da sua autoria resume da melhor forma os primeiros anos de vida: ‘Os Incompreendidos/Os 400 golpes’, assim se chamava a autobiografia.

Faltava às aulas para poder assistir a diversos filmes. Era o cinema a sua grande paixão, o que o levou a abandonar a escola com apenas 14 anos. François Truffaut roubava para sobreviver, já que os pequenos trabalhos que conseguia não eram suficientes para a sua subsistência.

Fundou, no ano de 1947, um pequeno cineclube, ‘Cercle Cinémane’, num período do pós-Guerra Mundial, onde fervilhava a cultura, em França e em diversos países da Europa. O cinema era uma das grandes artes de então.

Apesar de não durar muitos anos, o cineclube de François Truffaut acabou por ser importante na vida do realizador. ‘Travail et Culture’ levou ‘Cercle Cinémane’ à falência, o que levou o proprietário daquele grande cineclube a querer conhecer Truffaut. André Bazin estava sensibilizado com o jovem cinéfilo e acabou por se tornar um ‘pai’, assumindo um papel decisivo na vida de François Truffaut.

O jovem que tinha o cinema como paixão assistia a três filmes por dia e tinha de ler três livros por semana. Era um acordo que estabelecera com o seu padrasto. Como não cumpriu esse acordo, foi colocado num reformatório juvenil. O rebelde estava ‘enclausurado’.

Até que surge André Bazin, que emprega François Truffaut no cineclube ‘Travail et Culture’. Sob a custódia da polícia e em liberdade condicional, é transferido para um lar religioso de Versailles. Bastaram seis meses para ser expulso.

Trabalhou sempre na área do cinema em diversos projetos, onde conseguiu conhecer personalidades. Em 1950, François Truffaut é contratado como jornalista para a revista Elle. A sua rebeldia volta a suscitar uma reviravolta na sua vida: abandona o jornalismo e alista-se nas Forças Armadas francesas.

Não tardou até que chegasse o arrependimento. Foge e é preso por tentativa de deserção. De novo, surge Bazin a acolher François Truffaut. E fê-lo literalmente, debaixo do seu teto. Truffaut dedica-se ao cinema e a escrever artigos.

Realiza as primeiras curtas-metragens e começa a sustentar as bases da carreira onde se notabilizou, além de escrever contos. Nesta altura, entrevista um vulto eterno, em Paris: Alfred Hitchcock.

Em 1957, François Truffaut funda a sua própria companhia de cinema, ‘Les Films du Carrosse, e casa-se com uma mulher rica, que garante a sua independência financeira e artística. Logo a seguir, sofre com a perda de Andre Bazin, que morre devido a leucemia.

‘A Noite Americana’, de 1973, concede-lhe um grande prémio: Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor diretor. O Festival de Cannes e o Festival de Berlim também reconhecem o seu trabalho de realizador.

François Truffaut trabalha com Steven Spielberg e 1979 aceita o cargo de presidente da Federação International dos Cineclubes. Atinge o apogeu da sua carreira, sustentada com 26 filmes.

Mitterrand, presidente francês, condecora François Truffaut com a ‘Legião de Honra’. Com a glória e o reconhecimento chega também a morte. e detetado um tumor no cérebro, numa altura em que planeava a autobiografia.

François Truffaut morre no Hospital Americano de Neuilly-sur-Seine a 21 de outubro de 1984, vítima do cancro cerebral.

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