França defende do G20 perdão de dívida a África
A França vai defender no G20 uma “ajuda massiva e imediata” aos países em desenvolvimento, em particular os africanos, que terão não só uma crise de saúde, mas também uma crise económica decorrente da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Numa conferência de imprensa em Paris, o ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Maire, adiantou que vai “promover um apelo à solidariedade para com os Estados mais frágeis” durante a videoconferência que decorrerá hoje à tarde com os líderes dos 20 países mais industrializados do mundo.
Bruno Le Maire explicou que a ajuda poderia passar pelo aumento das linhas de crédito, através do aumento dos direitos de saque do Fundo Monetário Internacional para 500 mil milhões de dólares (456 mil milhões de euros), e pela implantação de uma moratória sobre o reembolso das dívidas, que “poderia ser um primeiro passo para aliviar esses países”.
O governante sublinhou a sua “grande preocupação” pela situação dos países em desenvolvimento, nomeadamente os africanos, que para além dos efeitos da pandemia da covid-19, enfrentam também uma queda do preço do petróleo para menos de 30 dólares, e uma redução das suas exportações de matérias-primas.
O mecanismo de ajuda, concluiu, será proposto ao G20 com o objetivo que “os países mais frágeis do planeta não sejam as primeiras vítimas da crise do coronavírus”.
A França junta-se assim a vários organismos internacionais que têm defendido uma iniciativa de perdão de dívida dos países africanos, ou dos juros da dívida, durante este ano, em moldes ainda a definir.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 791 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 38 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 163 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O número de mortes em África subiu para 173 nas últimas horas, com os casos confirmados a ultrapassarem os 5.000 em 47 países, de acordo com as mais recentes estatísticas sobre a doença no continente.