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Fogo devastou reserva de Loendro, relíquia e símbolo de Vouzela

Os efeitos dos incêndios de outubro continuam a ser relatos e o tempo não diminui a brutalidade da tragédia. Um fotógrafo de Vouzela revela como os incêndios na serra do Caramulo destruiu a Reserva Botânica de Loendros, “única no país”. “Perdeu-se uma relíquia e o símbolo desta região”, lamenta João Cosme.

Numa entrevista ao Wilder, o fotógrafo de natureza revela o que encontrou quando regressou à serra do Caramulo, após os brutais incêndios de há duas semanas.

“Algumas manchas de folhosas, como carvalhos e castanheiros, podem ainda sobreviver, mas só na próxima primavera teremos essa confirmação. A Reserva Botânica de Loendros, única no país, foi totalmente devastada por este fogo, perdeu-se uma relíquia e o símbolo desta região”, salientou João Cosme.

“O fogo teve um impacto gravíssimo na fauna selvagem, com inúmeras espécies atingidas mortalmente”, frisou ainda o fotógrafo de natureza, lamentando que este tema “nunca seja muito abordado” no debate público. “Nunca são notícia”, insistiu.

“Muitas espécies são afetadas, desde mamíferos, aves, répteis, insectos e anfíbios”, descreveu: “Não tenho dados concretos, mas este tipo de destruição deve causar uma mortalidade elevada na fauna selvagem. Neste momento, é assustadora a quantidade de espécies que tenho encontrado no terreno”.

Como fotógrafo de natureza, João Cosme tem dificuldade em explicar o que sente quando vê “o escritório” destruído: “É uma desolação total. Foi nesta região que comecei a gostar e a respeitar o mundo natural, foi onde iniciei a minha paixão pela fotografia de natureza, onde organizava workshops e expedições fotográficas. Era o meu ‘escritório’, onde passava horas infinitas de observação, estudo e fotografia”.

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