Economia

FMI teme que “ventos contrários” impeçam Portugal de cumprir metas do défice

gerry_riceGerry Rice, porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), diz-se de “mente aberta”, num olhar sobre Portugal, que pode ser afetado por “ventos contrários”, vindos de Espanha. Mesmo assim, Rice acredita que o Governo pode atingir metas do défice. Se não o conseguir, os “países da Zona Euro já se mostraram disponíveis para ajudar Portugal”.

As palavras de Gerry Rice, sobre a realidade portuguesa, correspondem à incerteza que paira em Portugal, quando resta cerca de um mês para a quinta avaliação da troika. No entanto, o porta-voz do FMI, numa conferência de Imprensa em Washington (EUA), manifesta-se mais otimista do que o próprio Governo.

Gerry Rice diz-se de “mente aberta” e alerta para os “ventos contrários” que podem prejudicar Portugal nesta luta contra o tempo e contra o défice. No entanto, a meta dos 4,5 por cento do PIB está ao alcance de Portugal, de acordo com as expectativas do FMI.

Inserido numa União Europeia em crise, Portugal poderá enfrentar riscos acrescidos, em virtude do cenário, por exemplo, da Espanha.

“O objetivo de 4,5 por cento do défice em 2012 continua a ser adequado à realidade portuguesa. E atingir essa meta exigirá uma implementação rigorosa do Orçamento de Estado de 2012. Existem riscos, que aumentaram, mas acreditamos que esse objetivo pode ser atingido”, revelou Gerry Rice.

A incerteza que rodeia Portugal, sobretudo a crise da Espanha, poderá criar obstáculos adicionais. E o responsável do FMI reconhece a possibilidade de haver “ventos contrários mais fortes vindos da Europa”. E é por isso que o FMI se manifesta de “mente aberta”, quer para Portugal, quer para Espanha.

“A mais recente revisão confirmou que Portugal está a fazer progressos positivos, além de que os países da Zona Euro já se mostraram disponíveis para ajudar Portugal, até o acesso ao mercado ser recuperado”, salienta o porta-voz do FMI.

Recorde-se que a troika regressa a Portugal no próximo mês de agosto, para mais uma revisão da aplicação das medidas inscritas no memorando de entendimento. Nesse encontro, o titular da pasta das Finanças, Vítor Gaspar, deverá tentar adequar o programa à realidade macroeconómica europeia, que é hoje diferente daquela que se verificava aquando da assinatura do acordo de resgate.

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