FMI fica até 2021 e Portugal terá exames semestrais

O fim da assistência da troika não significa um adeus ao Fundo Monetário Internacional. Em comunicado, o FMI fez saber que vai manter Portugal sob exames, a realizar duas vezes por anos. Só quando receber 22 dos 24 milhões de euros emprestados é que o FMI encerra a “monitorização”.

No mês conhecido pelo slogan de ‘o povo é quem mais ordena’, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deixou um aviso: vai manter a vigilância sobre Portugal até, pelo menos, 2021.

Num esclarecimento prestado à Lusa, por uma fonte oficial não identificada, o FMI admite que vai realizar exames semestrais até que Portugal pague 21,97 mil milhões de um total dos 24,26 mil milhões emprestados pelo organismo.

No calendário da entidade que gere a dívida pública e os pagamentos aos credores, o IGCP, tal montante só terminará de ser reembolsado em 2021.

A manutenção da vigilância do FMI, mesmo após o final do resgate, foi confirmada pelo presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal. À saída da reunião com os técnicos da troika, António Saraiva assumiu que os parceiros sociais foram informados de que a primeira avaliação ao pós-troika irá ocorrer ao final de seis meses.

“Depois do termo do programa atual, Portugal deverá entrar num processo conhecido como monitorização pós-programa com o FMI”, sustentou a fonte da Lusa, lembrando que o processo é comum para com os países membros com “crédito substancial” em dívida.

As regras do FMI determinam que, após um resgate, a monitorização se mantenha até que a dívida desse país baixe dos 200 por cento da quota que esse mesmo país tem no fundo. Como a quota de Portugal ronda os 1,15 mil milhões de euros, a vigilância termina quando a dívida for inferior a cerca de 2,30 mil milhões de euros.

Como o total da dívida portuguesa para com o FMI é de 24,26 mil milhões de euros, só quando forem reembolsados 21,97 mil milhões é que o organismo vai dar “o aompanhamento regular” por encerrado.

“As missões de monitorização pós-programa realizam-se tipicamente duas vezes por ano pela equipa de FMI em Portugal”, complementou a mesma fonte, antecipando a realização de exames semestrais.