Economia

FMI considera que sistema de pensões em Portugal é “generoso”

ababa selassieAbebe Selassie, chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), considera que Portugal tem um sistema de pensões “muito generoso”. Selassie, que se diz “impressionado” com Vítor Gaspar, deixa nos ombros do Governo português a tarefa de determinar em que áreas serão cortados 4000 milhões de euros. A redução das indemnizações por despedimento pode ser o caminho.

Em entrevista concedida ao Diário de Notícias, Abebe Selassie garantiu que o FMI não se vai intrometer na reforma do Estado, na qual o Governo pretende cortar 4000 milhões de euros. No entanto, Selassie abre a porta a cortes das pensões, considerando que o sistema em Portugal “é muito generoso”, comparativamente com os rendimentos dos trabalhadores.

Selassie – que se manifesta contra uma reestruturação da dívida – transporta para os ombros do ministro das Finanças a tarefa de decidir onde cortar na despesa. E é possível perceber uma sugestão, das palavras do representante do FMI.

“Terão de ser vocês a decidir [onde cortar a despesa]”, afirma Abebe Selassie, defendendo que “o sistema de pensões em Portugal é relativamente generoso, face aos níveis de rendimento”.

O representante do FMI, parte da troika no plano de assistência a Portugal, revelou, por outro lado, que o Governo deverá reduzir o valor pago pelas indemnizações a pagar em casos de despedimento.

Selassie está preocupado com o aumento do desemprego, mas acredita que esse drama será combatido depois de retomado o crescimento económico. “Esperamos que, com a retoma do crescimento, o desemprego desça no médio prazo”, afirmou o chefe de missão do FMI, ainda que tenha muitos pontos de interrogação sobre o ritmo desse crescimento.

“Não gostava de ver mais aumentos de impostos”, salienta, por outro lado, Selassie, que defende que o IRS e o IVA “têm de ser equiparados com outros países.

O FMI abordou com o Governo a revisão do IRS, considerando o sistema de escalões “muito complexo”, com inúmeros incentivos que “muitas vezes não funcionam”. Brevemente, haverá novidades sobre esta temática fiscal, mas Selassie diz-se “impressionado” com Vítor Gaspar e está otimista.

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