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FMI baixa previsão de crescimento para economia mundial em 2019 e 2020

O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou as suas estimativas para a economia mundial, prevendo que cresça 3,5 por cento em 2019 e 3,6 por cento em 2020, menos 0,2 e 0,1 pontos percentuais, respetivamente, face às previsões anteriores.

As novas estimativas constam da atualização ao ‘World Economic Outlook’ (WEO), relatório com previsões económicas mundiais, divulgado hoje.

“A expansão global enfraqueceu”, indica a instituição liderada por Christine Lagarde, que manteve a estimativa de uma expansão de 3,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para 2018, como na previsão de outubro, “apesar do desempenho mais fraco em algumas economias, especialmente na Europa e na Ásia”.

O FMI explica que a revisão em baixa para o crescimento global em 2019 e 2020 decorre dos efeitos na Alemanha da introdução de novos padrões para emissões poluentes de veículos e, em Itália, das preocupações quanto aos riscos da dívida soberana e riscos financeiros, que penalizaram a procura interna, decorrendo igualmente da deterioração do sentimento nos mercados financeiros e da contração da economia da Turquia, agora projetada para ser maior do que o previsto.

“Os riscos para o crescimento global tendem a ser negativos. Uma escalada das tensões comerciais, além das já incorporadas nesta previsão, continua a ser uma importante fonte de risco para as perspetivas”, indica a instituição.

Nesse sentido, o FMI desceu em 0,3 pontos percentuais a estimativa de crescimento para a economia da zona euro para 1,6 por cento em 2019, mantendo a anterior previsão de 1,7 por cento para 2020, e depois da expansão de 1,8 por cento estimada para o ano passado, 0,2 pontos percentuais abaixo da previsão de outubro.

O crescimento económico dos Estados Unidos foi mantido em 2,5 por cento para 2019 e 1,8 por cento para 2020, enquanto a previsão de crescimento económico do Japão foi revista em alta para 1,1 por cento em 2019 e para 0,5 por cento em 2020 (mais 0,2 pontos percentuais em ambos os anos do que o previsto anteriormente).

Para os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento, o FMI antecipa que o crescimento económico desça para 4,5 por cento em 2019, menos 0,2 pontos percentuais do que a previsão de outubro, antes de melhorar para 4,9 por cento em 2020 (a mesma estimativa no outono), e após uma expansão de 4,6 por cento em 2018.

O Fundo também desceu a previsão de crescimento para as economias do Médio Oriente, do norte de África, do Afeganistão e do Paquistão, esperando uma expansão de 2,4 por cento em 2019, menos 0,3 pontos percentuais do que nas estimativas de outubro, mantendo a perspetiva de um avanço do PIB de 3 por cento para 2020.

A instituição sediada em Washington alerta que um conjunto de fatores, além da escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, “poderia deflagrar numa deterioração adicional do sentimento de risco, com implicações adversas no crescimento, especialmente devido aos elevados níveis de dívida pública e privada”.

O Fundo especifica que “esses potenciais gatilhos incluem uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia e uma desaceleração maior do que a prevista na China”.

Outros fatores de risco incluem a agenda política de novas administrações, as tensões geopolíticas no Médio Oriente e no Leste asiático, assim como os riscos de outra natureza, decorrentes dos efeitos adversos das alterações climáticas e as contínuas quedas de confiança nas instituições e partidos políticos.

Para fazer face aos desafios que se colocam, o FMI deixa algumas sugestões, indicando que a principal prioridade política é que os países resolvam de modo cooperante e rápido os seus desacordos comerciais e a consequente incerteza política, “em vez de aumentarem ainda mais barreiras prejudiciais e desestabilizarem uma economia global já em desaceleração”.

A instituição acrescenta que é imperativo aplicar, em todas as economias, medidas para impulsionar o potencial crescimento do PIB, aumentar a inclusão e fortalecer os amortecedores orçamentais e financeiros, num ambiente de elevado endividamento e condições financeiras mais rígidas.

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