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Flora intestinal ‘abriga’ 518 microbactérias agora identificadas

flora intestinalForam agora identificados mais 518 microbactérias que vivem na flora intestinal humana. Para além de aumentar o catálogo de genes microbianos, o estudo conduzido por investigadores europeus abre novas pistas para uma abordagem à doença de Crohn.

O corpo humano é a casa de cerca de 100 mil milhões de microorganismos, 518 foram agora identificados por investigadores europeus, através de uma nova abordagem de análise bioinformática.

Esses 518 novos microorganismos vivem na flora intestinal humana, revelou o estudo que foi ontem publicado na revista Nature Biotechnology.

A descoberta abre ainda a porta a novas investigações sobre a doença de Crohn, uma vez que nem todas as amostras analisadas contêm a mesma quantidade destas novas microbactérias.

Segundo o investigador espanhol Francisco Guarner, do Instituto de Investigação Vall d’Hebron (Barcelona), as amostras onde os microorganismos são mais abundantes foram colhidas de pacientes com a doença de Crohn.

“Isto sugere que estas espécies, até agora desconhecidas, são possivelmente as que marcam a diferença entre o microbioma [população de microorganismos que habitam o corpo] das pessoas sãs e das doentes”, explicou Guarner.

O mesmo investigador acrescentou que as novas bactérias não podem ser isoladas, uma vez que, “quase de certeza absoluta, não sobreviveriam fora do cólon para poderem ser transplantadas”.

Pelo mesmo motivo, “não são cultiváveis”, complementou: “são muito sensíveis ao oxigénio, ou seja, são anaeróbias e estabelecem uma grande dependência com o seu meio ambiente para poderem sobreviver”.

Com este estudo, realizado no âmbito do projeto europeu MetaHIT (Metageonomics Human Intestinal Tract), financiado em 11,4 milhões de euros para investigar como se relaciona o microbioma humano com a saúde e a doença, o catálogo de genes microbianos conhecidos aumentou de três para dez milhões.

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