Cultura

FITCM: Um riso amargo como resposta a isto tudo

Terminou ontem o XX Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia (FITCM), com a peça interpretada pelo espanhol Quique Mendez a encerrar o certame como se fosse um resumo: um espetáculo de teatro que namora com vários estilos e artes, como o clown e a música.

Foi um FITCM “mais abrangente”, como salientou o diretor artístico, José Leitão, e “mais de índole familiar”.

Afinal, confirmada a maioridade, o FITCM incidiu com grande ênfase num dos pilares que o fez surgir há 20 anos: a formação de novos públicos.

“Houve espetáculos para todos os gostos e em especial desde quinta-feira tivemos sempre muitas crianças”, adiantou ainda o responsável do Teatro Art’Imagem.

José Leitão destacou ainda a escolha de “géneros que comportam várias modalidades”, com o Fórum da Maia a acolher espetáculos de clown (ou não tivesse “cómico” no nome…) e artes circenses, mas também a arriscar um cabaré corrosivo (‘Es-Puto Cabaret’) e uma das grandes revelações das artes cénicas espanholas, o ‘concerto encenado’ das ‘The Funamviolistas’.

Tudo isso sem esquecer que, sendo a 20.ª edição, não podia faltar a ‘família’, como os Yllana, o Chapitô e Óscar Branco.

Mas, num ano em que a troika ainda está na memória coletiva e com o FITCM a ter de parar um dia por causa das eleições legislativas, ainda é possível “rir disto tudo”, como indicava o mote desta edição?

“É um riso amargo, mas a nossa solução é rir”, reconheceu José Leitão: “É um riso de libertação, de mudança. Esperemos que para o ano seja melhor, que as gargalhadas possam mudar alguma coisa”.

Se o XX FITCM encerrou ontem à noite, as palavras do diretor artístico que acompanhavam o programa mantêm-se ainda atuais: “É tempo de festa, de comemoração. Vinte anos é muito tempo na vida de um Festival Internacional de Teatro. Façam-se contas destas vinte edições. Uma média de 30 companhias apresentaram-se para cerca de 10.000 pessoas que acorreram a cada edição. São muitas centenas de espectáculos, muitos milhares de espetadores”.

Fotografias: Marcos Araújo

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