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Fitch Solutions revê em baixa o crescimento da construção em Angola para 0,8%

A consultora Fitch Solutions reviu em forte baixa a perspetiva de crescimento do setor da construção em Angola, para 0,8 por cento em 2019 e 0,2 por cento em 2020, influenciada pela evolução dos preços do petróleo.

“Baixámos significativamente a perspetiva de evolução da indústria da construção em Angola, no seguimento da redução das nossas estimativas para o preço do petróleo nos próximos anos, que deve rondar os 60,8 dólares, em média, entre 2019 e 2023”, lê-se numa análise ao setor da construção.

Na análise, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Solutions, uma consultora detida pelo mesmo grupo que é dono da agência de ‘rating’ Fitch, explica que a revisão em baixa, de 6,7 por cento até 2023, para 0,9 por cento ao ano nos próximos quatro anos, é motivada pelo corte nas receitas provenientes da exportação de petróleo, que é decisivo para a capacidade do Governo investir em obras públicas e em infraestruturas.

“Dada a dependência do Governo nas exportações de petróleo como fonte de receita fiscal, esperamos que o ambiente de preços baixos influencie a capacidade de apoiar projetos de infraestruturas doravante”, escrevem os analistas, notando que “o preço do petróleo está fortemente ligado com as finanças públicas” e salientando que a previsão é de um défice orçamental nos próximos anos.

A Fitch Solutions “não prevê ainda uma recessão para o setor da construção”, mas sublinha que “os riscos são descendentes”, ou seja, é mais provável uma nova revisão em baixa do que uma revisão em alta das previsões.

“No seguimento da queda dos preços do petróleo, em 2014, o crescimento da construção em Angola contraiu-se em 1,3 por cento em 2015, já que o Governo foi incapaz de manter os nível de despesas de capital necessários para manter os projetos de infraestruturas em andamento”, diz a Fitch Solutions.

A longo prazo, conclui a análise, o crescimento desta indústria vai depender do sucesso das reformas que visam atrair o setor privado e os investidores estrangeiros, já que esta consultora antevê que a produção petrolífera abrande na medida em que “não há novos projetos a iniciarem a produção nos próximos anos”.

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