Desporto

Fisioterapeuta diz que ataque em Alcochete deixou profissionais “petrificados”

O fisioterapeuta do Sporting Hugo Fontes relatou hoje em tribunal agressões aos jogadores Battaglia, Acuña e Montero, acrescentando que o ataque à academia de Alcochete “foi inesperado e muito repentino” e deixou toda a gente “surpreendida e petrificada”.

A testemunha foi ouvida presencialmente na 19.ª sessão do julgamento da invasão à academia ‘leonina’, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, com 44 arguidos, incluindo o antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.

Hugo Fontes contou que estava no balneário aquando da invasão e que começou por ouvir perguntar pelos jogadores Battaglia e Acuña, e que este último “tentou refugiar-se no cacifo”.

O fisioterapeuta descreveu depois as agressões aos dois jogadores argentinos, que foram atingidos com “pontapés, socos e murros”, e que viu também o colombiano Fredy Montero “a ser esbofeteado”, no meio de “muita confusão, ameaças, fumo e o alarme a tocar”.

Hugo Fontes referiu que o ataque foi “inesperado e muito repentino”, o que deixou toda a gente “surpreendida e petrificada com o que se estava a passar”.

O fisioterapeuta esteve presente na reunião na véspera do ataque à academia, entre os elementos do ‘staff’ do Sporting e Bruno de Carvalho, na qual estiveram igualmente outros elementos do Conselho de Administração.

A reunião decorreu em 14 de maio de 2018, no Estádio José de Alvalade, no dia seguinte à derrota do Sporting contra o Marítimo por 2-1, que significou a perda do segundo lugar do campeonato para o Benfica e levou à troca de palavras entre jogadores e elementos da claque Juventude Leonina, nomeadamente envolvendo o jogador Acuña, primeiro no relvado, após o jogo, e depois no Aeroporto do Funchal.

Hugo Fontes assumiu hoje ter ficado “surpreendido” quando, nessa reunião, Bruno de Carvalho “desvalorizou” a Taça de Portugal.

O julgamento prossegue na tarde de hoje com o guarda-redes Luís Maximiano e o médio Wendel, que vão repetir os testemunhos, devido a falhas na gravação da videoconferência.

Luís Maximiano e Wendel foram ouvidos em 09 de dezembro de 2019, mas os registos ficaram com falhas, razão pela qual regressam ao Tribunal de Montijo para testemunharem novamente por videoconferência.

O processo, que está a ser julgado no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Bruno de Carvalho, à data presidente do clube, ‘Mustafá’, líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e ‘Mustafá’ também por um crime de tráfico de estupefacientes.

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