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Filho de Bolsonaro não comparece para prestar depoimento no caso do ex-assessor

Numa nota divulgada nas redes sociais, Flávio Bolsonaro justifica a ausência por apenas ter sido notificado para prestar depoimento na segunda-feira, salientando que está disponível para colaborar com a investigação em curso.

“Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos autos, já que fui notificado do convite apenas no dia 07 de janeiro. (…) Comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) para que não restem dúvidas sobre minha conduta. Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros”, escreveu o deputado.

Em causa está um depósito feito por Fabrício Queiroz, ex-assessor e motorista do deputado estadual e senador eleito pelo Partido Social Liberal (PSL), Flávio Bolsonaro, filho mais velho do novo Presidente brasileiro, cujos movimentos bancários foram alvo de análise pelo Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf), uma entidade pertencente ao Ministério da Economia.

Na análise, foram detetadas transferências suspeitas de mais de 1,23 milhões de reais (280 mil euros) entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, sendo que uma dessas transações foi efetuada para a conta da primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro.

A investigação descobriu ainda que a maioria dos depósitos na conta de Fabrício Queiroz, investigado por corrupção, coincidia com as datas de pagamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, segundo um documento governamental.

Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, em praticamente todos os meses, a maior parte do dinheiro entrou na conta de Fabrício no mesmo dia ou poucos dias depois de os funcionários públicos receberem o salário.

Além do gabinete de Flávio Bolsonaro, funcionários de outros 21 deputados também estão incluídos no relatório do Coaf. O movimento financeiro total entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, segundo o documento, foi de mais de 207 milhões de reais (cerca de 48 milhões de euros).

O documento do Coaf foi já anexado como um desdobramento da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que levou à detenção de dez deputados estaduais, de acordo com a imprensa brasileira.

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