Figo criticou campeão europeu à defesa… em 2004

Em 2004, quando Portugal jogou bonito e perdeu a final do Campeonato da Europa, o capitão Luís Figo criticou a postura defensiva da Grécia. Ontem, após o triunfo nacional no Europeu de 2016, um site internacional recordou essa crítica.

Para Robin Bairner, correspondente do Goal.com para o Europeu, o inédito triunfo de Portugal não merece um lugar na história. A posição é sustentada com palavras daquele que em tempos foi o melhor jogador do mundo, Luís Figo.

Em 2004, quando Figo capitaneou a Seleção Nacional na final do Euro 2004, a Grécia rematou por uma única vez à baliza… e ganhou.

“É verdade que eles venceram, não lhes podemos tirar esse mérito, mas se me perguntarem se gosto de ver o futebol assim é claro que não gosto. Muitas pessoas vão dizer o mesmo. Foram eficientes, mas não sei se foram a melhor equipa, foram a mais eficaz e ganharam”, comentou, em 2004, Luís Figo.

Passados 12 anos, “as palavras continuam verdadeiras”, segundo o jornalista do Goal: “O Euro 2016 vai ficar para a história como uma das piores competições de todos os tempos e foi adequado que Portugal vencesse de uma maneira que se tornou no epítome do torneio”.

Segundo Robin Bairner, descrito pelo site como “especialista no futebol francês”, Portugal praticou um futebol “apagado, defensivo e aborrecido”, ao ponto de “ter demorado 80 minutos a rematar à baliza” de Lloris.

“É claro que o experiente selecionador argumentou que as suas ideias foram válidas”, acrescentou: “Portugal não enganou ninguém na caminhada para o sucesso. Jogou de forma justa e diligente e nem sequer beneficio de decisões dúbias da arbitragem. Não tem culpa se as outras seleções foram incapazes de os superar”

A Grécia orientada por Otto Rehhagel jogou “um futebol que fazia os minutos parecerem horas”, mas não tinham “um múltiplo vencedor da bola de ouro, um miúdo-maravilha no meio-campo nem um duplo vencedor da Liga dos Campeões na defesa. A tragédia de Portugal é que podia ter sido mais excitante, mas o pragmatismo de Santos foi elevado ao extremo”.

“Apesar de tudo”, concluiu o correspondente do Goal.com, Fernando “Santos e os jogadores querem lá saber: são campeões europeus e a estética e o desejo dos fãs em verem um bom espectáculo que vão para o inferno”.