Cultura

Festival MUVI olha para a música portuguesa numa nova casa em Almada

Lisboa, 13 fev (Lusa) – Uma homenagem a Celeste Rodrigues, uma exposição sobre os Xutos & Pontapés e mais de 80 filmes estão garantidos no festival de cinema MUVI, que à quinta edição ganha nova vida e identidade, ao mudar-se para Almada.

“Se calhar não estávamos a conseguir ter a voz que queríamos para o festival, porque Lisboa tem muitos festivais de cinema. Em jeito de caricatura poder-se-ia dizer que há quase um festival de cinema por semana em Lisboa. E estávamos com alguma dificuldade em fazer passar a mensagem do ponto de vista da pertinência que achamos que o festival tem”, afirmou um dos responsáveis do MUVI, Pedro Barros, à agência Lusa.

A quinta edição do MUVI – Festival Internacional de Música no Cinema começa no próximo dia 21 com mais de 80 filmes a serem exibidos no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada, com o município a fornecer apoio logístico e financeiro.

O festival muda-se para Almada depois de ter decorrido nos anos anteriores no cinema São Jorge, em Lisboa. Foi lá que a organização fez uma edição de despedida, não competitiva, em novembro passado, e alguns dos filmes aí exibidos transitam agora para a programação de Almada.

Pedro Barros considera que, depois de Lisboa, Almada é “o concelho que tem mais e melhor produção cultural”, elogiando “um envolvimento bastante interessante” em relação à música, que permitirá ao festival fazer-se ouvir.

A abertura do MUVI faz essa ligação direta ao contexto cultural de Almada, com a exibição do documentário “Na margem: uma história do rock”, de Rui Berton, produzido por João Tempera e Davide Pinheiro, que remete para a exposição sobre a cena rock de Almada que está patente no Museu da Cidade.

Mantêm-se as seis secções competitivas dedicadas a curtas-metragens, longas-metragens e vídeos musicais tanto portugueses como estrangeiros.

Destaque para a competição de ‘longas’ portuguesas, em que estão presentes o filme de abertura e também “Ainda tenho um sonho ou dois – A história dos Pop Dell’Arte”, de Nuno Galopim e Nuno Duarte, “Heavy Metal Portugal – O documentário”, de João Mendes, “Milita”, que resulta de um concerto dos Blasted Mechanism, “NU”, o novo álbum-filme dos First Breath After Coma, “Farewell”, de Ricardo Couto e Rui Portulez, “Os cantadores de Paris”, de Tiago Pereira, “Barulho, Eclipse”, de Ico Costa, e “Uma espécie de punk”, de Rui Portulez.

A competição de curtas-metragens portuguesas apresenta “Barreiro Rock City – Um guia por Nick Suave”, de Bruno Martins e Leonor Loureiro, “O stradivarius português”, de Rafael Abalada Matos, e “Tanque”, de Fábio Poco e Sérgio Salgueiro.

Sessenta vídeos musicais portugueses e estrangeiros foram selecionados também para a competição. Do lado nacional estão presentes obras de nomes como Carlão, Aline Frazão, Dino D’Santiago, x-Wife, Sam the Kid, Selma Uamusse, The Legendary Tigerman e Stereossauro.

Entre os filmes de produção estrangeira a exibir em competição no Muvi contam-se as longas “Peret, yo soy la rumba”, que a realizadora espanhola Paloma Zapata apresentará no dia 24, em Almada, “State-Less”, de Sharon Hoter-Ishay, e “Fevereiros”, de Marcio Debellian, e as curtas “More than a Barbershop”, de Xandru Fernández Ramírez e Fernando Perandones, e “The return”, de Liudmila Komrakova.

No encerramento, em jeito de homenagem à fadista Celeste Rodrigues, que morreu no ano passado, será exibido o documentário “Celeste”, realizado pelo neto, Diogo Varela Silva. Antes da exibição acontecerá uma atuação do guitarrista Gaspar Varela, bisneto da artista.

Estão previstos ainda outros concertos no festival, nomeadamente de Joana Barra Vaz e Andy Sheppard.

No Fórum Municipal Romeu Correia estará patente ainda uma exposição do fotógrafo Cameraman Metálico, que registou em fotografia os 40 anos dos Xutos & Pontapés.

O MUVI terminará a 03 de março.

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