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Festival Alkantara começa hoje com espetáculo “Corbeaux” no Castelo de São Jorge

O espetáculo “Corbeaux”, da coreógrafa Bouchra Ouizguen, abre hoje o Festival Alkantara, em Lisboa, para celebrar 25 anos com uma programação de 22 espetáculos, até 09 de junho, incluindo dez estreias mundiais.

Hoje, no Castelo de São Jorge, a peça de abertura reúne uma horda de mulheres vestidas de preto que inicia movimentos rítmicos e gritos estridentes cadenciados para fazer desaparecer as noções de tempo e de espaço, segundo a programação.

“As figuras em movimento, carregadas com o peso das memórias dos rituais Issawa e Hmadcha de Marraquexe, evocam simultaneamente as longas noites de transe e um tempo em que a loucura tinha o seu lugar na sociedade, tal como descreve a literatura persa dos séculos IX e XII”, assinala a programação.

Na perspetiva da coreógrafa Bouchra Ouizguen, “Corbeaux” (“corvos”, na tradução para português) não se trata tanto de um espetáculo mas de “uma escultura sonora, bruta e urgente, que ressoa infinitamente”.

A peça foi encomendada pela Bienal de Marraquexe de 2014 e apresentada em frente à estação de comboios da cidade.

O festival bienal Alkantara, dedicado às artes performativas contemporâneas, tem como diretor artístico Thomas Walgrave, que deixará a direção, ao fim de dez anos, depois desta edição, para retomar a sua prática artística pessoal.

O responsável deixa as funções para Carla Nobre Sousa e David Cabecinha.

Ainda na programação entrará a artista brasileira Christiane Jatahy, que está em Lisboa no âmbito do evento Artista na Cidade, apresentando no Alkantara a peça “Ítaca – Nossa Odisseia”, em estreia nacional.

Para celebrar os 25 anos, a direção decidiu convidar três artistas portugueses que fizeram a primeira edição: João Fiadeiro, Vera Mantero e Aldara Bizarro, o que, segundo Walgrave, “não representa, no entanto, uma nostalgia”.

De João Fiadeiro estreia-se “From afar it was an island”, título de um livro para crianças do ‘designer’ italiano Bruno Munari, que serve de inspiração para a nova peça do coreógrafo.

“Práticas propiciatórias de acontecimentos futuros” é o título da nova peça de Vera Mantero, que explora estudos de Ernesto de Sousa em torno da arte popular, enquanto Aldara Bizarro apresentará o novo trabalho “Gráfico do Gesto”, que aprofunda o contexto e significado do gesto.

Entre outros nomes, entram no programa Cláudia Dias, Radouan Mriziga, Antoine Defoort, Bruno Beltrão & Grupo de Rua, Kornél Mundruczó Proton Theatre, Sofia Dinger, Zina Zarour, Gustavo Ciríaco, Flora Détraz, Sofia Dias & Vítor Roriz, Vaca 35, Jeannot Kumbonyeki, artistas provenientes de países tão diferentes como a França, Hungria, Congo, Marrocos, Brasil, México e Portugal.

O programa inclui ainda concertos, uma exposição, exibição de filmes, uma mesa redonda e conversas entre criadores.

O Castelo de São Jorge, a Culturgest, o Espaço Alkantara, o Maria Matos Teatro Municipal, o São Luiz Teatro Municipal e o Teatro Nacional D. Maria II vão ser os espaços de apresentação desta edição comemorativa do certame.

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