Festas para contrair a covid-19 cada vez mais concorridas em Washington
Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia de covid-19, cresce acentuadamente o número de pessoas que procuram adoecer de propósito para assim ganharem imunidade.
Esta situação tem assumido especial dimensão no estado de Washington, onde há cada vez mais “festas de covid-19”, realizadas precisamente com o intuito de infetar os participantes.
As autoridades do condado de Walla Walla admitiram publicamente a existência de “relatos de festas covid-19 a ocorrer na nossa comunidade, onde pessoas não-infetadas se misturam com doentes com o intuito de contrair o vírus”
Dos 94 casos positivos identificados neste condado até terça-feira, pelo 25 menos admitiram ter participado numa “festa covid-19”.
“Não sabemos quando é que isto acontece. Temos ouvido pelos vários pacientes. Quando questionámos contactos antigos, 25 pessoas disseram-nos que tinham estado numa festa. É inaceitável e irresponsável”, afirmou Meghan DeBolt, a diretora de saúde do condado, em declarações ao jornal Walla Walla Bulletin.
Esta ânsia de ganhar imunidade contra o vírus contém vários riscos. Acima de todos, ainda não se sabe quanto dura essa imunidade, nem se funciona em caso de uma nova mutação do vírus (só entre Wuhan e Portugal foram registadas 150 mutações, informou ontem o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge).
A isto acresce o ‘pormenor’ de cada caso de infeção intencional vai sobrecarregar ainda mais os serviços de saúde norte-americanos.
Só no estado de Washington foram registados mais de 15 mil casos do novo coronavírus, com pelo menos 834 vítimas mortais.
Os Estados Unidos são o país com mais mortes provocadas pela covid-19, tendo já passado a barreira dos 73 mil óbitos.