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FEST começa segunda-feira com 257 filmes de realizadores emergentes em competição

O FEST – Festival Novos Realizadores Novo Cinema, considerado pela organização “o maior e mais completo” certame nacional do género, arranca segunda-feira em Espinho com 257 filmes em competição, 40 horas de formação e 65 de análise à indústria.

Até 01 de julho, o evento levará assim a vários espaços da cidade não apenas sessões competitivas, mas também propostas como panorâmicas de filmografia estrangeira, encontros de ‘pitching’ e ‘netwoking’, ‘masterclasses’ e mesas-redondas, concertos, demonstrações de realidade virtual, uma feira do livro de cinema e filmes gratuitos ao ar livre.

Essa oferta resulta de um orçamento global de 170.000 euros, que, pela primeira vez em 15 edições do festival, permitirá a atribuição aos vencedores de prémios monetários entre os 300 e os 1.500 euros.

Filipe Pereira é o diretor do evento apostado em divulgar novos talentos da realização mundial e declara à Lusa: “O FEST é o maior e mais completo festival de cinema em Portugal. Não há nenhum outro que combine uma secção competitiva tão extensa com todas estas panorâmicas, atividades paralelas, um programa de indústria e outro de formação, sempre com profissionais de tanto relevo internacional, o que permite aos participantes um contacto privilegiado com a elite do setor”.

Os filmes a concurso na edição de 2019 foram selecionados entre cerca de 3.500 candidaturas de todo o mundo, e vão distribuir-se por várias categorias competitivas, sendo a principal a dos Linces de Ouro, que distinguirá as melhores longa-metragens de Ficção e Documentário, entre aquelas que constituam a primeira ou segunda obra dos respetivos realizadores.

Dessa secção, Filipe Pereira destaca duas produções: “System Crasher”, dirigida pela alemã Nora Fingscheidt, e “Tremors”, do guatemalteco Jayro Bustamante.

No primeiro caso, o filme já recebeu dois prémios no Festival Internacional de Cinema de Berlim e retrata a situação de uma menina de nove anos que foi confiada ao sistema de proteção de menores e enfrenta as lacunas do serviço, quando evidencia episódios psicóticos motivados por um trauma profundo.

O também já várias vezes premiado “Tremors”, por sua vez, aborda o conflito de um cristão evangélico quando decide assumir-se como homossexual e se depara com pressões por parte da Igreja e da sua própria família.

Outra categoria competitiva do FEST é a que atribui um Lince de Prata a quatro curtas da seção internacional realizadas por diretores com idades até aos 35 anos: o júri seleciona um vencedor em cada uma das sub-modalidades de Ficção, Documentário, Animação e Experimental, e este ano a estatueta será acompanhada por prémios monetários entre os 300 e 500 euros.

Outras rubricas a concurso na edição de 2019 são: a Neexxt, para filmes de escola; o FESTinha, para obras destinadas ao público infantojuvenil; e o Grande Prémio Nacional, que este ano passa a atribuir 1.500 euros à melhor curta-metragem com realização portuguesa entre as 15 selecionadas para disputar essa categoria – e a maioria das quais em estreia mundial.

Filipe Pereira antecipa a esse nível uma “competição muito interessante”, porque o festival “continua a apostar em jovens cineastas cujo trabalho promete vir a marcar o panorama nacional nos próximos anos” e tem permitido identificar “a ‘new wave’ do cinema português”. Daí a expectativa quanto “ao regresso de talentos como Bernardo Lopes, Bruno Carnide ou Rúben Sevivas, e à estreia de realizadores como Leonor Bettencourt Loureiro”.

Relativamente às sessões panorâmicas, o FEST propõe uma mostra sobre os 20 anos da Agência da Curta Metragem, comissariada pelo realizador Gonçalo Almeida, e outra sobre a produção da Dinamarca, que, “nos últimos 20 anos, tem sido a mais marcante a nível europeu enquanto precursora do [movimento] Dogma 95, que se revelou extremamente influente” ao defender obras mais realistas e menos comerciais.

Filipe Pereira realça, aliás, que a filmografia dinamarquesa é ainda um caso de estudo em termos de audiências: “Enquanto em Portugal a quota de mercado dos filmes nacionais é de apenas 3 por cento, na Dinamarca ela chega a ser de 21 por cento, o que significa que os espectadores dinamarqueses consomem muito o seu próprio cinema”.

A panorâmica do FEST vai, por isso, proporcionar um contraste entre obras de talentos dinamarqueses emergentes e a produção de um dos seus realizadores mais consagrados, como é o caso de Thomas Vinterberg, que dirigiu Mads Mikkelsen em “A Caça” (2012).

Duas outras obras em destaque no festival: na sessão de abertura, “The Days to Come”, do espanhol Carlos Marques-Marcet, e, no encerramento, “Her Smell”, dirigida pelo norte-americano Alex Ross Perry, protagonizada por Elisabeth Moss e “alegadamente inspirada em Courtney Love”, cantora, viúva do músico Kurt Cobain (1967-1994).

Lusa

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