Fernando Tordo criticado por dizer que música portuguesa de hoje “é para atrasados mentais”
Fernando Tordo, que eternizou canções como “Tourada” e “Adeus Tristeza”, está a ser fortemente atacado por músicos portugueses, e não só, devido a declarações prestadas num podcast da Blitz, onde disse que “90 por cento da música portuguesa que ouvimos atualmente não tem qualquer dignidade” e é “para atrasados mentais”.
Por outro lado, o músico defendeu ainda que a sua geração tinha outro tipo de preparação para enfrentar os palcos e para dar música ao público.
“Salvo raras exceções, o que temos é gente que não cresce porque não ouve, porque não aprende. Têm que aprender. A minha geração aprendeu”, comentou Tordo numa espécie de raio x que traçou sobre o panorama da música portuguesa por estes tempos.
Sem se deter, Tordo assegurou ainda que diz o que diz porque tem de o fazer. “Tenho de dizer isto porque eu agora digo tudo como os malucos”, declarou, dizendo que o faz “em consciência” e “por experiência”.
Assim, o vencedor do Festival da Canção em 1973 entende que os grandes anos da música nacional decorreram nos idos “anos 60 e 70”.
“‘Ah, tenho aqui uma miúda com umas pernas giras, deixa cá ver o que é que acontece'”
Outra das coisas que Fernando Tordo critica é a forma como os músicos atualmente encaram os trabalhos realizados por outros compositores no passado. “Noto que já não ouvem tanta música quanto deviam”, lamentou, atacando ainda o papel das editoras.
Para o músico, a ideia com que fica é que o cenário atual se prende numa lógica de “‘ah, tenho aqui uma miúda com umas pernas giras, deixa cá ver o que é que acontece'”.
No entendimento de Tordo, “é isto que temos” ainda que com “raras e honrosíssimas exceções” que este admite que existem.
Na sequência destas declarações, várias figuras ligadas à música têm criticado Fernando Tordo. De músicos e diretores de rádios, tal como proprietários de editoras, muitos têm lamentado o pensamento que tem por hoje a voz que eternizou a “Tourada”, entre outros êxitos.
