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Fernando Alonso parte “praticamente da estaca zero” para o ‘Dakar’

Fernando Alonso admite que à partida para a sua estreia no Rali Dakar é quase começar “ da estaca zero”.

O piloto espanhol realizou testes intensos com a equipa Toyota e participou numa prova na África do Sul – onde capotou a sua Hilux –, mostrando que o todo-o-terreno é toda uma uma nova ‘ciência’ nova para si.

Em declarações à publicação francesa Auto Hebdo Alonso confessou que a adaptação à condução no deserto não tem sido fácil, pois é completamente diferente à dos circuitos, a que estava habituado na F1 e no ‘Mundial’ de Resistência.

“De facto parto praticamente da estaca zero”, reconhece o antigo Campeão do Mundo de Fórmula 1, enfatizando: “É preciso ter um espírito completamente diferente. A leitura do terreno é muito difícil. É complicado saber onde estão as lombas, por exemplo, e ter uma ideia de como as saltar”.

“Ultrapassar as dunas é também um novo desafio”, admite Fernando Alonso, que nos testes realizados na Namíbia, em Agosto, “havia um monte de 40 centímetros” surpreendeu a equipa perguntando a Marc Coma (o co-piloto) como devia abordá-la. “Disseram-me para apenas acelerar…o que fiz”, conta.

O piloto de Oviedo mostra-se agora mais confiante na sua condução ‘fora de estrada’: “Sei que posso ultrapassar obstáculos bem mais altos. No princípio tinha medo de danificar o carro passando num buraco como aquele (cerca de 20 centímetros). Tinha demasiado cuidado, já que se fazia isto com um F1 destruía-o tido”.

“Outro aspeto que descobri é a solidez dos pneus, que são capazes de encaixar verdadeiras punições. A pressão do furo e a medida é que tenho de avaliar e devo aprender a gerir os meus pneus durante as etapas longas”, reflete Alonso.

Outro aspeto a que o espanhol se teve de habituar no todo-o-terreno foi a dividir o habitáculo com um co-piloto. O antigo piloto de motos Marc Coma tem-no ajudado bem nessa realidade: “É a primeira vez que tenho alguém ao meu lado. Tudo tem corrido bem com Marc, mas é fácil porque não conheço nenhum outro co-piloto. Devo apreender o facto de ter de escutar o que ele me diz. Mas é diferente do WRC, onde as curvas são umas atrás das outras. Marc indica-me a direção e depois não tem necessidade de falar durante cinco quilómetros”.

“Penso que no Dakar o piloto conduz ainda pelos seus próprios olhos e as suas sensações e, sob esse ponto de vista, é mais fácil do que o WRC. Não tendo qualquer referência preciso bem mais do que um co-piloto, mais de um professor que me ensina a técnica de um rally-raid”, referencia ainda o asturiano.

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