Cultura

Federação de Cineclubes retoma revista “Cinema” após seis anos de interregno

A Federação Portuguesa de Cineclubes (FPCC) retomou este mês a publicação da revista “Cinema”, “a voz” do movimento cineclubista no país, após um interregno de seis anos.

O número 44 da revista “Cinema”, fundada em 1982, foi apresentada, na semana passada, durante o Encontro Nacional de Cineclubes, em Faro, e disponibilizada na terça-feira no ‘site’ da FPCC (http://fpcc.pt/?page=revista_cinema), disse à agência Lusa o editor da publicação, Paulo Cunha, referindo que se optou por uma versão apenas digital da revista.

O último número tinha sido lançado em 2012, com a federação a ter passado “por um período de adormecimento”, sendo que a nova direção, eleita em 2017, optou por reativar a publicação.

“A diferença substancial em relação aos anteriores números é ser uma revista digital. Face à situação financeira delicada [da FPCC], abdicou-se da parte física, que representava o maior custo de produção”, explicou Paulo Cunha, também vice-presidente da federação.

Segundo o responsável, o compromisso de retomar a publicação da revista deve-se ao facto de esta ter sido “sempre a voz da federação e do movimento cineclubista em Portugal”.

“É fundamental a federação voltar a ter uma voz e uma voz pública”, vincou.

De acordo com Paulo Cunha, este número faz uma retrospetiva da atividade de alguns dos cineclubes do país durante este ano, apresenta um artigo sobre “os antecedentes” da FPCC, um dossiê dedicado à obra do realizador Manuel Guimarães, um artigo do programador Daniel Ribas sobre o novo documentário português e uma conversa com Anabela Moutinho, “figura combativa e irreverente do movimento cineclubista”.

Segundo Paulo Cunha, o objetivo é garantir agora que a revista tem uma periodicidade semestral.

“O cineclubismo é um setor de exibição não comercial, com um trabalho fundamental com as comunidades, sobretudo aquelas que não têm acesso facilitado ao cinema. Num mercado dominado pelos grandes estúdios, mostramos que há cinema que não fala inglês”, vincou o editor da revista.

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