O presidente da Junta de Rio Meão disse hoje que o encerramento na sexta-feira da Caixa Geral de Depósitos (CGD) dessa freguesia de Santa Maria da Feira deixará os seus 5.000 habitantes sem nenhum banco ou máquina Multibanco.
“Isto não é admissível numa terra onde o balcão da Caixa até tinha resultados muito bons e era o único disponível para uma freguesia com 5.000 habitantes e inserida num eixo económico importante – com muita indústria, sobretudo de ferragens, mas também de cortiça e calçado, e com estabelecimentos de referência de diversão noturna, para cujos clientes as caixas Multibanco são muito importantes”, explica Mário Jorge Reis à Lusa.
“A CGD não pode encerrar balcões assim, sem critério, sem pré-aviso e em total desrespeito para com o Poder Local democrático, quando, para os assuntos que lhe interessa, sabe chamar os contribuintes a ajudar o banco e são eles a recapitalizá-lo”, realça.
A crítica de Mário Jorge Reis à falta de pré-aviso deve-se “ao facto de que não houve ainda qualquer comunicação formal à Junta de Freguesia” sobre o enceramento do banco: “Tudo o que recebemos foi enquanto clientes como os outros, através de uma carta que nem sequer veio pelo correio – deixaram-na na porta da Junta, [segura] entre o vidro e um cartaz”.
Essa missiva informava que, a partir do dia 2 de julho, os clientes deveriam procurar os serviços da CGD no balcão da freguesia vizinha de Santa Maria da Lamas, o que o presidente da Junta de Rio Meão diz não ser fácil para todos, porque, sem viatura própria, no horário de funcionamento do banco “só haverá um autocarro público a funcionar, e com sorte!”.
A ausência de pré-aviso formal reveste-se de gravidade acrescida devido ao que a Junta considera “duas outras jogadas”: a falta de antecipação não permitiu antecipação suficiente para “pressionar as negociações” com outras instituições bancárias convidadas a instalarem-se na freguesia e vem dificultando o esclarecimento dos clientes da CGD, que estão a ser convencidos a não transferir as suas contas para outros bancos “com a promessa ilusória de um cartão de débito gratuito, quando a verdade é que só estão isentos de anuidade por um ano”.
Entretanto, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira revelou que está em “negociações avançadas” com a Caixa de Crédito Agrícola com vista a que essa instituição abra novas dependências em Rio Meão e também em Romariz – outra freguesia do concelho em que a CGD deverá encerrar um balcão na próxima sexta-feira.
“Estamos a trabalhar para que as populações atingidas pelo encerramento dos balcões da CGD não fiquem desprotegidas”, afirma em comunicado o presidente da Câmara, Emídio Sousa.
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