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Faturação e número de utilizadores da Facebook dececionam investidores

Envolvida por várias polémicas nos últimos meses, a empresa da rede social Facebook dececionou os investidores, ao divulgar na quarta-feira o número de utilizadores e a faturação no segundo trimestre e preveniu que a tendência se manteria.

Durante uma conferência telefónica, os dirigentes do grupo avisaram que as tendências para a diminuição do crescimento deveriam prolongar-se no próximo trimestre, o que teve consequências negativas para a cotação do título em Wall Street.

“Este é um ano crucial” para a Facebook, comentou o seu presidente, Mark Zuckerberg.

Desinformação, manipulações políticas vindas da Federação Russa, gestão de dados pessoais: as polémicas envolvendo a Facebook sucedem-se, salientando-se a que se centra na questão dos dados pessoais, depois do escândalo Cambridge Analytica em meados de março, controversas más para a sua imagem e suscetíveis de arrefecer o entusiasmo do público e os anunciantes.

“Nós investimos de tal maneira nos nossos sistemas de segurança que isso vai começar a ter efeito na nossa rentabilidade. Vamos começar a ver isso este trimestre”, assegurou Mark Zuckerberg.

A Facebook revelou na quarta-feira aos investidores que, em 20 de junho, tinha 2,23 mil milhões de utilizadores mensais ativos, mais 11 por cento do que no mesmo período do ano anterior, mas menos do que os 2,25 mil milhões de utilizadores que os analistas esperavam.

A deceção também atingiu o número de utilizadores diários ativos, que eram 1,47 mil milhões, outro crescimento de 11 por cento, quando os investidores aguardavam 1,49 mil milhões.

Zuckerberg explicou que o número de utilizadores tinha sofrido com a entrada em vigor do Regulamento Geral de Proteção de Dados na União Europeia, no mês de maio, que reforça os direitos dos utilizadores.

O volume de negócios, constituído quase que unicamente pelas receitas publicitárias do sítio, também dececionou, ao seu situar nos 13,23 mil milhões de dólares, um crescimento de 42 por cento, mas abaixo dos 13,36 mil milhões esperados pelos observadores do mercado.

Apesar de o grupo não ter detalhado os resultados das suas filiais, sublinhou não obstante que a sua plataforma Instagram tinha confirmado o seu forte crescimento, ao ultrapassar os mil milhões de utilizadores.

Ao contrário das outras variáveis mencionadas, os lucros da Facebook, que cresceram 31 por cento para 5,1 mil milhões de dólares, superaram as expectativas dos investidores.

O grupo viu também as despesas, em parte devidas à necessidade de melhor controlar o que circula na rede, aumentarem 50 por cento para os 7,44 mil milhões de dólares e a tendência é para continuarem a crescer, preveniu o grupo.

Com efeito, a Facebook procura por todos os meios melhorar a sua imagem e não olha a despesas, em particular depois do escândalo em torno da Cambridge Analytica (CA).

Esta empresa britânica de análise de dados teve acesso e utilizou informações de dezenas de milhões de utilizadores da Facebook sem o seu consentimento. Depois, esta empresa trabalhou para a campanha eleitoral de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas de 2016.

Este escândalo ou as ingerências estrangeiras nas eleições valem à rede social queixas em inquéritos no mundo inteiro e Zuckerberg já teve de se explicar perante os parlamentares norte-americanos e europeus.

A última polémica em data é da semana passada, quando Mark Zuckerberg foi violentamente criticado pela sua recusa de banir da rede os negacionistas do Holocausto.

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