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Faltam 20 milhões de euros: Médicos receberam oito, mas farmacêuticas deram 28

medicamentos 2apoio à formaçãoOnde param os 20 milhões de diferença entre o doado pelas farmacêuticas (28 milhões) e o montante que os médicos declararam receber (oito)? “Em vez de criticar”, responde o bastonário, “o Ministério devia substituir a indústria no apoio à formação dos médicos”.

Mais de 20 milhões de euros ‘desapareceram’ entre o apoio dado pela indústria farmacêutica à formação médica e as verbas que os clínicos declararam receber para o mesmo fim. Um mistério que consta na plataforma informática da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde (Infarmed).

De acordo com um levantamento realizado por uma empresa especializada no processamento de dados online, citado pelo Público, a indústria farmacêutica concedeu apoios e subsídios no valor de mais de 28,6 milhões de euros a profissionais e organizações de saúde, entre janeiro e junho.

Só que, de acordo com os dados publicados na mesma plataforma, os beneficiários declararam a receção de apenas 8,4 milhões de euros: faltam mais de de 20 milhões de euros.

A diferença entre as verbas doadas e recebidas é a principal, mas não é a única listada pela empresa: foram apresentadas quase 35 mil declarações de doações e pouco mais de 5400 de recebimentos.

São poucos os casos em que existe uma correspondência direta de entidades e valores, apesar das declarações serem obrigatórias por lei (em vigor desde fevereiro do ano passado) quando os apoios concedidos por laboratórios farmacêuticos (a qualquer interveniente no circuito do medicamento) quando superiores a 25 euros.

O Ministério da Saúde, “em vez de criticar”, devia “assumir as obrigações” e financiar a formação contínua dos médicos, argumentou o bastonário da Ordem dos Médicos ao comentar o caso para a agência Lusa.

“No sentido de estimular a transparência e aumentar a separação entre clínica e indústria farmacêutica, o Ministério deve substituir a indústria no apoio à formação contínua dos médicos, porque, se não o fizer, corremos o risco de serem afetadas. Infelizmente, o Ministério não assume as obrigações e é, por isso, que o apoio da indústria farmacêutica é insubstituível”, afirmou José Manuel Silva.

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