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Falta de rastreio ao cancro da mama no Norte afeta mais de 100 mil mulheres

O presidente da Liga Contra o Cancro/Norte denunciou que, na região, há mais de 100 mil mulheres que estão desde março sem poder fazer o rastreio ao cancro da mama.

Devido ao atraso do acordo entre o Ministério da Saúde e o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), os rastreios, interrompidos em março devido ao confinamento, ainda não recomeçaram, ao contrário das outras regiões do país.

“Felizmente, [o protocolo] já foi aprovado em Conselho de Ministros e já foi concedida a respetiva dotação orçamental, estamos agora à espera que seja publicado em Diário da República”, adiantou Vítor Veloso, em declarações à Lusa.

“Estamos preparados para recomeçar amanhã, se for preciso”, garantiu, denunciando que estão “há quase um mês” à espera da publicação do protocolo.

“O nosso perdeu a continuidade ao fim de 20 anos e, como sabemos, na administração pública estes processos são dramáticos, porque demoram meses e meses e meses a serem concluídos”, desabafou.

Para além do “grande prejuízo do ponto de vista económico”, a interrupção dos rastreios terá consequências gravíssimas “para a população”, pois ficaram por realizar “milhares de exames vitais” para detetar este cancro numa população alvo de aproximadamente 630 mil mulheres.

“Vamos ter nos próximos anos um aumento de mortalidade e, sobretudo, vamos perder o que tínhamos conquistado, que era diminuição da mortalidade do cancro da mama no Norte de 20 a 25 por cento”, antecipou o responsável.

Lembrando que “ainda vamos ter de conviver com o vírus” da covid-19 “durante muitos meses”, Vítor Veloso insistiu nas “consequências graves” que se avizinham “para as outras doenças, nomeadamente no cancro”.

“O Estado deve tomar em consideração essas situações”, concluiu.

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