“Facilitar na Páscoa é morrer na praia”, avisa Marcelo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou aos portugueses para adotarem cuidados extra na semana da Páscoa, numa altura que a pandemia de covid-19 parece estar sob controlo e o desconfinamento vai avançando de forma gradual.

“As pessoas têm de perceber porque é que fundamental que corra bem a Páscoa, é fundamental para elas. Eu sei que estão cansadíssimas, que estão fartas, que querem ir para férias, tudo isso é compreensível”, começou por salientar o chefe de Estado, à margem de uma iniciativa associada ao Dia Mundial do Teatro, que hoje se assinala.

Realçando que os casos de covid-19 estão a subir na Europa, Marcelo insistiu que Portugal precisa de se manter com uma tendência descendente.

“Temos de evitar que isso venha a acontecer em Portugal e a melhor maneira de começar é, nesta semana de Páscoa, não facilitando. Porque facilitar é um bocadinho o morrer na praia, depois do trabalho e do sacrifício todo. Se há outra vez o disparar do ‘r’ [indicador de contágio], dos casos, dos internamentos, é uma sensação de frustração”, explicou.

Combater a pandemia na semana da Páscoa “pode valer muito tempo ganho no verão, no outono, na vida das pessoas, no emprego, nos salários”, reforçou o Presidente: “Se as pessoas não percebem isso, porque estão muito fartas e cansadas, podem correr o risco de criar uma situação que é uma situação dispensável. Estamos ir tão bem, porque é que havemos de passar de tão bem para tão mal?”.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 2.768.431 mortos no mundo, resultantes de mais de 126 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 16.827 pessoas dos 820.042 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.