Facebook publica o primeiro relatório sobre o impacto da covid-19 nas PME

Segundo o ‘Global State of Small Business Report’, 46 por cento das PME portuguesas estão a vender 25 por cento ou mais online. No entanto, Portugal é um dos países mais afetados pela crise económica.

Em Portugal, as Pequenas e Médias Empresas (PME) são uma parte fundamental do Facebook. Desde o café à livraria, do restaurante ao designer gráfico, criam emprego e fazem crescer a economia do país, sendo uma ferramenta relevante no combate à pobreza e desigualdade social. E são estas empresas que agora enfrentam um desafio extraordinário. A covid-19 não é apenas uma emergência de saúde pública, é também uma crise económica que atinge especialmente as Pequenas e Médias Empresas.

Hoje, o Facebook revela em que estado estão as PME em Portugal e no resto do mundo através de uma análise àquelas que estão presentes na rede social. Em parceria com o Banco Mundial e a OCDE, o ‘Global State of Small Business Report’ é o primeiro de uma série de relatórios que já estavam planeados antes da covid-19, com a expectativa de resultados positivos. No entanto, o que o Facebook revela hoje através de um inquérito a 30 mil líderes de PME é preocupante.

Entre os 50 países onde foi feito o inquérito, Portugal destaca-se pela queda de vendas: 70 por cento das PME inquiridas em Portugal com presença no Facebook confirma que as vendas estão mais baixas do que no ano passado – na Europa, Itália regista um número ainda pior: 76 por cento. Por outro lado, Dinamarca (48 por cento), Suécia (51 por cento) e Irlanda (52) destacam-se pela menor quebra de vendas.

Além disso, 23 por cento das PME portuguesas confirmam que pararam a atividade, sendo que países como a República Checa, Alemanha e Suécia tiveram menos de 10 por cento de fecho das PME, tendo em conta as particularidades de cada quarentena adotada. Comparativamente, a nossa vizinha Espanha regista ainda mais fechos (30 por cento), assim como o Reino Unido (43 por cento).

Globalmente, entre janeiro e maio deste ano, mais de um quarto das empresas fecharam, e um terço das empresas teve de reduzir os colaboradores, o que pode indicar que se aproxima uma longa crise de emprego.

Em Portugal, 36 por cento das PME garantem que a falta de dinheiro em caixa vai ser o próximo principal problema, e 23 por cento das empresas já tiveram de reduzir o número de colaboradores. Em países dependentes da indústria do turismo, como Portugal, as PME foram particularmente afetadas. Em números globais, 54 por cento das agências de turismo e 47 por cento dos negócios de hospitalidade, como o alojamento local, anunciaram o fecho.

O Facebook revela ainda que existe uma assinalável desigualdade de género entre as PME mais afetadas pela crise económica. Os negócios liderados por mulheres têm sete por cento mais probabilidade de fechar e Portugal não é exceção. Em Portugal, 73 por cento das PME lideradas por mulheres estão abertas e operacionais, sendo que as lideradas por homens tem uma percentagem superior: 81 por cento.

No entanto, em alguns países como Espanha (68 por cento de PME lideradas por mulheres e 72 por cento por homens) e Reino Unido (55 por cento de PME lideradas por mulheres e 59 por cento por homens) as lideranças femininas foram ainda mais afetadas. 

Por outro lado, entre os países que detêm uma robusta digitalização das empresas, existem exemplos de resiliência. Na Irlanda e Rússia, 65 por cento das PME garantiram que 25 por cento ou mais das vendas foram exclusivamente online – neste segmento, Portugal também está atrás, com apenas 46 por cento das PME portuguesas a vender 25 por cento ou mais online. Porém, este número é superior a Espanha (43 por cento) e França (43).

Além de ser um dos países que as PME mais vendem online, a Rússia é também um dos mais otimistas, acreditando que os seus negócios vão prosperar no futuro.

Neste relatório, é assinalável que existe uma correlação entre a aposta nas vendas online e digitalização com o otimismo em relação ao futuro.

Em Portugal, apenas 39 por cento dos líderes das PME estão otimistas em relação ao futuro do negócio, sendo um dos países mais pessimistas da Europa.

O negócio do Facebook são as pequenas empresas. Entre Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp estão 160 milhões de empresas, a contactar clientes e a vender produtos. Estas empresas são o núcleo do Facebook e é por isso que a rede social tem anunciado uma série de novos recursos desde o início do ano. Recentemente foi lançado o ‘Facebook Shops’ para facilitar a venda online e o ‘Business Resource Hub’ está recheado de novas dicas, cursos e informação – incluindo de especialistas da área da saúde.

Entre as PME que fecharam em todo o mundo, aproximadamente 75 por cento garante que espera reabrir em breve. O caminho para uma recuperação económica é incerto e muitas destas empresas precisam de apoio dos próprios governos. O Facebook espera que este relatório ajude a identificar as áreas mais urgentes e que precisam de apoio em cada país. O Facebook garante que vai ajudar estas empresas a atravessar este período particularmente difícil.

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