O cardo pode ser propriedades antitumorais e ser eficaz no combate ao cancro da mama e do fígado. O extrato desta folha (utilizada para fazer queijos) bloqueia e reduz “muito significativamente” a propagação de células tumorais, revela à Lusa Fátima Duarte, líder de uma equipa que leva a cabo esta investigação.
É uma investigação portuguesa, levada a cabo pelo CEBAL – Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral, desde 2008, e que abre horizontes na luta contra o cancro da mama e do fígado.
Há indícios fortes de que as folhas do cardo têm propriedades antitumorais, capazes de combater aquele dois tipos de cancro, que apresentam uma taxa de incidência elevada, em Portugal.
Nestes tipos de cancro da mama, as terapias não são bem sucedidas e a mortalidade é elevada. Já no caso do tumor no fígado (hepatocarcinoma humano) também se verifica uma taxa de mortalidade muito significativa. O estudo em questão mostra bons resultados nos dois tipos de cancro.
Os investigadores apresentam naturais reservas, sobre o estudo. Em declarações à agência Lusa, Fátima Duarte revela que “neste momento”, não é possível dizer que “o extrato da folha consegue ser um tratamento eficaz”.
No entanto, foram realizados testes in vitro, “com recurso a um modelo de um tipo de cancro da mama”, que permitiu “bloquear o crescimento das células tumorais”. Esse bloqueio foi possível através da “incubação com o extrato da folha do cardo”.
O passo seguinte neste trabalho de investigação é analisar os compostos que fazem parte do estrato da folha do cardo. Depois, será necessário avaliar os efeitos dessa planta, em termos de mobilidade de células tumorais, que gera as metástases (formação de uma nova lesão tumoral a partir de uma já existente).
Dentro de cinco anos, os investigadores devem ter na sua posse informação que lhes permita avançar com ensaios mais precisos, num avanço prático que tornará possível esclarecer dúvidas teóricas.
O cardo, da família das ‘Asteraceae’, cresce em locais rochosos, sobretudo em terrenos barrentos, e pode ser encontrado na forma selvagem ou cultivado, em Portugal. É usado na produção de queijos e também em mezinhas, para tratar problemas digestivos.
