Exposição prolongada à tecnologia agrava risco de obesidade infantil, diz estudo
Um novo estudo mostra que uma exposição prolongada em frente ao televisor, computador e outros ecrãs poderá agravar o risco de obesidade infantil. De acordo com os especialistas, o tempo recomendado para essas atividades é de 90 minutos diários.
De acordo com um estudo publicado agora na revista Acta Paediatrica, levado a cabo por um grupo de investigadores e especialistas em saúde infantil, existe um forte ligação entre a exposição prolongada à tecnologia, nos primeios anos de vida, e a obesidade infantil.
O estudo mostra que 19 por cento das crianças e adolescentes têm excesso de peso. Uma “taxa alarmante”, segundo os especialistas.
As crianças mais novas vêem, em média, cerca de uma hora de televisão por dia, um número que sobe para as 7,25 horas quando atingem os nove anos de idade. Na Europa, 97 por cento das famílias têm, pelo menos, um televisor, 72 por cento possuem um computador e 91 por cento têm acesso a telemóveis.
Neste contexto, os investigadores da Academia de Pediatria e do Grupo Europeu de Obesidade Infantil defendem que os pais devem tentar perceber a relação que o excesso de uso de tecnologias tem nos hábitos alimentares e na saúde dos filhos.
O líder do estudo e membro da Academia Europeia de Pediatria, Dr. Adamos Hadjipanayis, defende, ao EurekAlert!, que “os pais devem limitar a visualização de TV, o uso de computadores e dispositivos similares a não mais do que 1h30 por dia e apenas se a criança tiver mais do que quatro anos de idade”.
Além do tempo de utilização, os especialistas sublinham que os pais devem dar o exemplo, medindo conscientemente o seu tempo de utilização de tecnologias. É também aconselhado que as crianças não tenham televisor no quarto e que os dispostivos tecnológicos – TV, computador, telemóvel, tablet – não devem ser encarados como “babysitter” para as crianças.
Os investigadores alertam, ainda, que os próprios pediatras devem “informar os pais sobre o risco geral que o uso destas tecnologias representa para o desenvolvimento cognitivo e físico dos seus filhos”, destaca Hadjipanayis.
Por fim, o estudo mostra também que o consumo de televisão e redes sociais a horas tardias cria perturbações no sono dos jovens, o que, por si só, pode contribuir para a obesidade.
