Cultura

Exposição de Graça Morais sobre a natureza humana é inaugurada hoje no Museu do Chiado

Uma exposição com mais de 80 obras da artista Graça Morais, que refletem sobre as múltiplas faces da natureza humana, vai ser hoje inaugurada, às 19:00, no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa.

“Graça Morais. Metamorfoses da Humanidade” dá título a esta mostra que abre ao público na sexta-feira, no Museu do Chiado, depois de ter estado patente, em 2018, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança.

Também hoje, a artista será distinguida com a Medalha de Mérito Cultural, que será entregue pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, na inauguração da mostra.

Em Lisboa, apresenta, além desses trabalhos mostrados em Bragança, outros recentes, e a mostra irá seguidamente para o Porto, no Museu Nacional Soares dos Reis, de 25 de julho a 29 de setembro, de acordo com o sítio ‘online’ do museu.

No Museu do Chiado, a exposição tem curadoria de Jorge da Costa e Emília Ferreira, e reúne um conjunto de mais de oito dezenas de desenhos e pintura sobre papel.

Também hoje, o museu inaugura a exposição coletiva “A incontornável tangibilidade do livro ou, o ANTI-LIVRO”, com curadoria de Luís Alegre e Adelaide Ginga.

No âmbito de um projecto exploratório, esta exposição consiste na formulação de uma experiência visual, mas também táctil do livro como objeto, e nela há obras selecionadas que contrinuem para uma análise dos designados “Anti-livros”.

Sobre a exposição de Graça Morais, os curadores apontam que as obras da artista refletem sobre “as múltiplas faces da natureza humana, com as suas fragilidades e as suas aterrorizadoras atitudes predatórias”.

Os desenhos recentes de Graça Morais, realizados em 2018, “oferecem-nos, como num espelho quebrado, os múltiplos reflexos dos nossos muitos medos quotidianos: a guerra, a exclusão, a perda absoluta, a fome, a morte”.

“A empatia pelas vítimas, a capacidade de dar voz a quem a não tem, sente-se e ouve-se nestes trabalhos que mostram, como com uma lupa, as grandes tensões do nosso tempo, condensadas em imagens perturbadoras e tocantes”, acrescentam, sobre as obras da pintora.

Nascida na aldeia de Vieiro, no concelho transmontano de Vila Flor, em 1948, Graça Morais viveu em Moçambique no final dos anos 1950 e estudou Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto.

Entre os seus primeiros professores contam-se os artistas Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Tito Reboredo, e, nos anos 1960 e 1970, foi influenciada pelos pintores Marc Chagall e Van Gogh.

Em 1975, com oito artistas e um crítico de Arte – Albuquerque Mendes, Armando Azevedo, Carlos Carreiro, Dario Alves, Fernando Pinto Coelho, Gerardo Burmester, Jaime Silva, João Dixo e Pedro Rocha – Graça Morais fundou o Grupo Puzzle.

Entre 1976 e 1978, viveu em Paris como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e estudou sobretudo a obra de Picasso, Matisse e Cézanne. Nesse último ano de permanência na capital francesa, expôs no Centro Cultural Português da cidade.

Regressada a Portugal, viveu em Lisboa, onde trabalhou sobretudo as formas e os materiais do nordeste transmontano, as suas raízes, desenvolvendo uma intensa reflexão sobre esse tema na sua obra.

Atualmente vive entre Lisboa e Vieiro, e tem sido homenageada com mostras antológicas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente em Guimarães, em 1993, em Lisboa e Porto, em 1997, e em Aveiro, em 2003.

Em 2008 foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, num projeto de reabilitação de um solar setecentista da autoria de Eduardo Souto de Moura.

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