Cultura

Exposição de brinquedos de Portugal e Brasil vista por 30 mil pessoas em São Paulo

Uma exposição de “brinquedos, palavras e coisas” de Portugal e Brasil foi vista por 30 mil pessoas em Jundiaí, de onde segue para Bauru, duas cidades do estado brasileiro de São Paulo, disseram hoje os organizadores.

Na exposição “Perambular”, os visitantes podem rever histórias, adágios e expressões caraterísticas de Portugal e Brasil, além de piões, andorinhas de barro das fachadas de algumas casas portuguesas, trajes regionais e lenços de namorados do Minho, espantalhos, bonecas de trapos e demais brinquedos populares, entre outros objetos relacionado com a lusofonia e a diversidade cultural destes dois países.

“Agora, vamos para mais uma cidade do interior de São Paulo, Bauru, onde já existe uma grande expetativa da comunidade para receber este trabalho”, afirmou à agência Lusa Selma Maria, curadora da iniciativa “Perambular”.

Em Jundiaí, onde a exposição pôde ser apreciada durante quatro meses, de 28 de março a 28 de julho, “houve uma grande identificação da mostra com a infância de cada um”, tendo em conta que se trata de uma viagem entre várias regiões de Portugal, incluindo os Açores, e o estado brasileiro de Minas Gerais.

“Foram cinco escolas por dia que agendaram horários e muito público espontâneo que voltou vários dias para ver todos os detalhes, que num primeiro momento é impossível olhar todo o espaço”, declarou a escritora e atriz, que é também investigadora de brinquedos tradicionais e promotora de realizações que visam ligar os temas da infância e da literatura dos países de língua portuguesa.

Ao fazer um balanço da primeira montagem da “Perambular”, anunciou que a abertura em Bauru será no dia 18 de setembro e que, tal como em Jundiaí, são esperadas visitas de pessoas de todas as idades.

“A língua portuguesa brinca e perambula pela natureza, nos objetos e brinquedos, com bichos, dentro das histórias, de malas, na nossa cachola inventiva e poética. Ela se espalha pelo mundo e queremos contar de um outro jeito essas conquistas, vindas principalmente pelo olhar da infância, do brincar com o mundo e as palavras”, declarou a atriz.

Cita Alberto Caeiro, a propósito da “criança eterna” que o heterónimo de Fernando Pessoa “narra tão belamente” no livro “O guardador de rebanhos”.

“O lúdico é uma necessidade humana que carregamos a vida toda”, na sua opinião.

“A exposição, além dos objetos, traz um lugar especial para a palavra, portanto, um olhar para a língua e como ela se manifesta dos dois lados do Atlântico. Cá é asfalto, aí alcatrão. Aqui acostamento, aí berma”, explica, por sua vez, José Santos, assistente da curadoria, contrapondo ainda os exemplos “pernilongos e melgas, viralatas e cães rafeiros, suco e sumo, caquis e diospiros, isopor e esferovite”, entre outros termos.

O escritor realça que “a lista é longa e divertida”, o que mostra que “a língua portuguesa é mais rica do que parece, pois o seu léxico se expande em cada país onde deixa a sua semente, seja no Brasil ou em Angola, Cabo Verde ou Timor-Leste”.

A exposição é promovida pelo Serviço Social do Comércio (SESC) do Brasil, tanto em Jundiaí, como em Bauru, onde poderá ser apreciada entre 18 de setembro e 15 de dezembro.

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