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Exposição assinala 600 anos de Fernão Lopes como “guardador das escrituras do Tombo”

A Torre do Tombo assinala os 600 anos da nomeação do cronista Fernão Lopes (1385-1460) como “guardador das escrituras do Tombo”, à qual associa uma homenagem ao historiador António Borges Coelho, a celebrar 90 anos.

A efeméride do autor das crónicas de D. João, D. Pedro e de D. Fernando é evocada com uma mostra documental, que é inaugurada na próxima quarta-feira, na Torre do Tombo, em Lisboa.

Segundo a Torre do Tombo, “pela primeira vez se reúnem numa só mostra tantos documentos desta época [medieval] e de tão grandes dimensões”.

Além das diferentes cópias do século XVI das crónicas de Fernão Lopes, de sete certidões rubricadas por Fernão Lopes e do Livro Preto de Grijó, nesta mostra é apresentado o Instrumento de Aclamação de D. João I, “um documento em pergaminho de grande dimensão que contém várias assinaturas, sinais de tabelião e dez selos de cera pendentes, sendo o selo central do concelho de Coimbra”.

Neste documento são descritos os factos históricos que levaram à eleição e aclamação do Mestre de Avis, D. João, filho bastardo de D. Pedro I, como rei de Portugal, nas cortes de Coimbra em 1385.

De Fernão Lopes sabe-se que, em 1419, exerceu funções como escrivão dos livros de D. João I e, em 1422, surgiu como escrivão da puridade do infante D. Fernando, filho do soberano, altura em que terá sido nomeado tabelião geral do reino, “cargo para o qual estava especialmente habilitado por ser guarda-mor das escrituras”.

Fernão Lopes foi cavaleiro da casa do infante D. Henrique e secretário de D. Duarte, antes de este se tornar rei, e que, depois de coroado, viria a nomeá-lo “Chronista Mór do Reino”, cargo que exerceu seguramente entre 1418 e 1454. É desta data a carta pela qual, por ser já “tão velho e fraco”, foi substituído por Gomes Eanes de Zurara (1410-1474), com o seu acordo, de acordo com o livro 10 da Chancelaria de D. Afonso V, também está patente na mostra.

“Além do valor historiográfico, a narrativa de Fernão Lopes ganha um lugar cimeiro na literatura portuguesa pelo movimento e riqueza que imprime à sua escrita, numa linguagem quase cinematográfica, nomeadamente nos capítulos onde situa as personagens e os acontecimentos de 1383-1385”, assinala a Torre do Tombo em comunicado.

A esta iniciativa, a Torre do Tombo associa uma mostra bibliográfica de homenagem ao historiador António Borges Coelho, que inclui uma exposição de algumas das pinturas originais da autoria Rogério Ribeiro (1930-2008), que ilustraram a obra do historiador “Fernão Lopes: Crónicas de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I – Antologia”.

Sobre António Borges Coelho, distinguido este ano com o Prémio Universidade de Lisboa, afirma a Torre do Tombo tratar-se de um “emérito homem da cultura portuguesa, que na análise e (re)interpretação dos factos e das fontes históricas, se consagrou como um dos mais eminentes historiadores contemporâneos”.

A obra de António Borges Coelho, centrada essencialmente na História Medieval e na História Moderna, estende-se à poesia, ao teatro e ao romance.

Lusa

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